Alguns
motivos como moradia mais barata, um bom emprego ou estudo estão entre as
razões trazem pessoas de diversos estados do Brasil para a cidade de Aracaju.
Segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
cidade de Aracaju, entre os anos de 2000 a 2010, foi uma das cidades de grande
porte no país a receber pessoas de vários locais, assim como Joinville no
estado de Santa Catarina. O número desse crescimento varia entre 15% a 30%.
Aracaju,
a escolha.
Camila vê em Aracaju oportunidades |
Camila
Cordeiro Vieira (19), natural de Piranhas - AL veio para cá em 2010. Direito
foi sua escolha principal, porém escolheu Aracaju também por achar a cidade
bonita, com lugares interessantes para conhecer. “Antes de vir já tinha uma
imagem bem positiva da cidade e hoje continuo pensando no lado bonito e
aconchegante daqui.”
A
alagoana não é a única a decidir vir para a cidade estudar. Alan Bidu Silva
(27) veio com o mesmo intuito. Graduando em Engenharia Elétrica e, nascido em
Cícero Dantas – BA viu em Aracaju uma oportunidade de viver na tranquilidade
que sempre sonhou. “Acho
uma cidade bem tranquila. Um mundo novo, uma incógnita. É uma capital
interior.”
Alan vive a tranquilidade da cidade sem problemas. |
Entretanto,
não só os jovens que possuem essa visão da cidade. Claudia Aparecida Rodrigues
Petrasoli (46) veio para cá em 2004 em busca de liberdade. Natural de Santos –
SP escolheu o estado para fugir do estresse por São Paulo, mesmo morando no
litoral. Além disso, o custo de vida foi um fator primordial na escolha.
“Escolhi Sergipe por ser o menor estado do Brasil. O estado é bom e o clima é
perfeito. A cidade grande consome muito da gente e aqui, eu tenho liberdade que
não tinha no estado de São Paulo.”
Conhecendo
o lado ruim
Camila conta que certas coisas a assustaram quando passou a ter a oportunidade conhecer a cidade melhor e lamenta. “Não gosto dos terminais de ônibus da cidade. O terminal do D.I.A, o do Mercado e o do centro, a Rodoviária Velha. A situação ali é deplorável e a impunidade é gritante. Ali se vê claramente o descaso com a população. A estrutura é completamente defasada, a limpeza é precária e a segurança nem se fala. Deveria ser uma das primeiras coisas a serem melhoradas por aqui.”
Claudia vê em Sergipe a Liberdade. |
Em
nove anos aqui, Claudia percebeu que ao contrário do santista, o aracajuano se
mantém fechado e não tão receptivo e conta da dificuldade de adaptação no
início. “Minha filha sofreu um pouco de preconceito no colégio por ser de fora.
O atendimento aqui é ruim. As pessoas são desconfiadas. Acho as pessoas um
pouco introvertidas, não tão abertas como nós, santistas.” Alan compartilha de
uma opinião similar e desabafa que o maior problema é a quantidade de pessoas
que não compartilham da boa educação.
“O
que menos gosto é da "educação" da maioria dos aracajuanos, muitos
olham estranho quando ouvem um bom dia, e outras coisas do tipo.”
A
permanência e crescimento pessoal
As oportunidades de crescimento que tiverem nesses anos foram de extrema importância para decidirem não deixar o lugar. Para Claudia, tudo está perfeito por aqui e completa “A cidade grande exigiu muito de mim e aqui tenho uma liberdade que nunca tive enquanto estava em Santos.” Alan, que reside há 13 anos, não tem vontade de ir embora. Prefere ficar aqui e conta que o custo de vida, a paz e a proximidade de sua terra natal fazem com que não mude de ideia. “ Aqui fica bem perto da minha cidade natal, assim meus pais podem me visitar com frequência. Bom, aqui consigo viver tranquilo sem tantas fofocas como na minha cidade natal.”
“Gosto
muito da minha terra natal e sinto bastante falta de lá. Mas infelizmente lá
não tenho tantas oportunidades de crescimento profissional como tenho
aqui." conta Camila, que vê a cidade como um ponto em sua vida “Posso
dizer que amadureci bastante desde o primeiro dia que cheguei aqui. Tive e
tenho experiências muito boas e outras nem tanto. Não tiro o mérito da cidade,
mas quando se mora fora de casa, é impossível não amadurecer e aprender a viver
e conviver com situações que te fazem crescer.”
Edição: Erika Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário