Após ler bastante sobre Cuba, movido não só pela curiosidade e apreço pelo roteiro turístico que o país oferece, o fotógrafo foi em busca de desmistificar a visão que foi moldada da Cuba dos anos 60 e 70, quando o país era rechaçado pelo Ocidente por conta do regime comunista. "O comunismo era visto como uma coisa abominável. Houve realmente razões para isso, por conta das ditaduras comunistas que se instalaram naquela época, mas muita coisa mudou em Cuba de lá para cá. Além disso, nos faz pensar um pouco sobre esse consumismo desenfreado do “capitalismo”.
Sem uma agenda de trabalho pré estabelecida, Aquino revela que a idéia de 'Pelas ruas de Havana' era desvendar a cidade à medida que caminhava por suas ruas e se aproximava das pessoas. "Eu acordava, tomava café da manhã e saia aleatoriamente. Passava o dia todo fotografando e a noite no hotel trabalhando nas fotografias". Inicialmente a exposição ganharia o título de "Havana: seu povo e sua cidade", o fotógrafo mudou de idéia por achar que seria muito referente ao que se aprende em geografia na escola, não sendo essa a idéia.
A exposição conta com 40 fotos - coloridas e em P&B - feitas durante as duas visitas de Aquino ao país. "Na primeira viagem fui mais como turista e me foquei na arquitetura, mas sempre tentando me aproximar das pessoas. Já estava com material fotográfico, mas sabia que ainda era insuficiente. Eu queria me aprofundar e entender mais sobre o país para ter uma precisão maior no trabalho, então na segunda viagem já fui mais preparado, com lentes mais potentes e melhor tecnologia", explica ele. Das mais de 7000 fotos tiradas na segunda viagem, o processo de seleção realizado ainda em Cuba, de forma individual e até solitária, pretende dar ao público a sensação de estar vendo Havana em sua amplitude: "Obviamente vai depender muito da leitura de cada um. Mas eu procurei ser honesto comigo, com o público e com Havana. Procurei não esconder nada que houvesse de ruim, mas mostrar as coisas boas, como a reforma que eles tão fazendo nos edifícios, por exemplo. Enfim, procurei dar uma idéia geral. Só se conhece de fato o país morando lá por um tempo''.
A ida a Cuba lhe rendeu frutos não só em Aracaju, como foi convidado a expor no país algum de seus trabalhos. Com a volta já agendada para novembro deste ano, irá apresentar "Vidas de barro - o cotidiano de uma cidade ribeirinha", trabalho realizado em 2007, na tentativa de interagir e trocar experiências com a arte cubana.
Com um interesse pela fotografia cultivado desde pequeno, 14 anos de experiência como profissional fotográfico e exposições individuais lançadas desde 2001, Aquino fala um pouco sobre a profissão: "O fotógrafo ele tem o privilégio de desenvolver um instinto muito observador do meio. A fotografia me leva a olhar a pessoas no seu contexto, na rotina, nas alegrias e tristezas. E um ganho pessoal nisso tudo é que a gente se aproxima muito do ser humano". Além de possuir um Atelier fotográfico e ministrar aulas de fotografia digital, Aquino é Técnico de Operação da Petrobrás há 27 anos e aguarda sua aposentadoria para se dedicar somente a arte fotográfica, o que ocorrerá daqui há cinco anos.
A Galeria Álvaro Santos está localizada na Praça Olímpio Campos e pode ser visitada de segunda à sexta das 8h às 18h e sábado das 8h às 12h.
Por Layanna Machado
(lay_santosmachado@hotmail.com)
Um comentário:
Belas fotos valeu a pena conferir!
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