Moraes Moreira realizou no último dia 15, no Teatro Tobias Barreto, o show dos seus 40 anos de carreira musical com apresentação do seu novo DVD/CD “A História dos Novos Baianos e Outros Versos”. O álbum foi inspirado no livro de mesmo título, escrito em forma de cordel de autoria do cantor, no qual, ele narra a história dos novos baianos e peculiaridades de sua carreira solo.
Cantor e compositor versátil, o baiano é um artista múltiplo. Foi integrante do grupo “Novos Baianos” que inovou e revolucionou a música brasileira nos anos 70, tornou-se o primeiro cantor de trio elétrico cantando frevo e marchas com os inventores do carnaval trioeletrizado Dodô e Osmar, no qual merece destaque a música Pombo Correio. Os 40 anos de estrada resultou em 40 discos gravados, dentre Novos Baianos, carreira solo, CD de música erudita e uma gravação para o MTV acústico. Ainda lançou independentemente o CD “De Repente” com o som de Hip-Hop com repente nordestino. É o cantor de diversos estilos musicais: frevo, baião, rock, samba, choro e MPB.
Depois do ensaio no teatro, onde Moraes passou a som das músicas que seriam cantadas no show, ele nos recebeu e contou um pouco de sua trajetória
Os Novos Baianos durou seis anos (1969-1975) e tinha um estilo musical variado, numa mistura de ritmos: reggae, samba, choro, rock. “Fomos influenciados pelo tropicalismo, o João Gilberto foi o que deu o toque de brasilidade, porque éramos muito roqueiros” confessa o cantor.
Em 1968 o grupo fez um show de despedida para tentar a carreira no Rio de Janeiro “Alugamos um apartamento e, posteriormente fomos morar num sítio chamado Cantinho da Vovó, vez em quando os militares batiam lá pra ver o que andávamos fazendo”...
O disco de maior repercussão e importância do grupo foi “Acabou Chorare” reconhecido pela revista Roling Stones Brasileira como um dos 100 melhores álbuns do país.
Mores ainda comentou a repressão nos anos 70 “O Brasil vivia um momento triste, era um país oprimido pela ditadura militar, os novos baianos traziam alegria, éramos coloridos, cabeludos, barbudos, a juventude daquela época pode conhecer o cavaquinho, o bandolim e dizíamos que tinha chegado a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor” disse com entusiasmo. “Entendemos que não era só cantar junto, era viver junto e passar aquilo pra nossa música como uma maneira de viver, de ser” completou.
Questionado sobre sua apresentação em Aracaju, Moraes disse que a expectativa era grande, primeira vez num teatro e classificou o evento como um concerto. Durante sua apresentação o artista cantou os principais sucessos dos novos baianos e de sua carreira solo como Preta Pretinha, Ferro na Boneca, Lá vem o Brasil descendo a Ladeira, Acabou Chorare. Falou sobre a comercialização do carnaval na Bahia e “Me exilaram, fui obrigado a arrumar minhas malas e sair da Bahia (risos), não critico o axé, o pagode, mas é que eles não precisavam tomar as ruas todas, construíram prédios, arquibancadas, não sobrou espaço para o carnaval espontâneo, acessível a todos, das fantasias as músicas viraram uma ditadura do gesto! Eles padronizaram tudo, todos se vestindo igual, dançando igual virou uma ditadura do gesto”... Ainda brincou dizendo que tinha feito uma nova música: “Se liga maloquete, se liga chicleteira, muito prazer, sou Moraes Moreira...” arrancando risadas da platéia.
Moraes Moreira elogiou Aracaju, falou que a cidade era muito bonita, limpa, acolhedora “Adoro Aracaju, adoro as praias de Aracaju, adoro as meninas de Aracaju” - Completou.
Moreas Moreia - Sintonia:
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Moraes Moreira - As Abelhas:
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(barabarju82@hotmail.com)
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