O Brasil na era do biométrico

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Qual é o ponto comum entre Viana no Espírito Santo, Alvorada no Tocantins e o município sergipano da Barra dos Coqueiros? Não sabe? Aqui vai a resposta: Essas cidades fazem parte dos 51 municípios selecionados pela Justiça Eleitoral para testar o sistema biométrico de cadastramento e de votação nas próximas eleições de 2010. Através desse novo sistema que reconhece as digitais do eleitor no ato da votação, acredita-se que o programa de votação eletrônica não só será mais seguro como também livre de fraudes.

Uma iniciativa nacional.

Como o mostra a diversidade geográfica dos municípios selecionados para a experimentação e como o confirma José Carvalho Peixoto, secretário da Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), “o uso do biométrico no processo eleitoral não é uma iniciativa isolada de Sergipe”, mas uma medida do Tribunal Superior Eleitoral, que pediu que cada Estado brasileiro escolhesse um local de teste.

Segundo o secretario José Carvalho , Barra dos Coqueiros foi escolhido “por conta do fácil deslocamento, sem precisar pagar diária aos funcionários, por conta da rapidez, da proximidade e a Barra já estava entre os municípios que estavam na lista de recadastramento”. A revisão das listas eleitorais é, com efeito, necessária por causa do importante número de cidadãos que mudaram de local ou que não comprovaram residência. Então, na Barra, esse ano, mesmo se, geralmente, “é mais fácil fazer isso num ano não eleitoral, quando não há intensidade nas funções do TRE” foram se recadastrar segundo o procedimento biométrico 65% dos eleitores.


Eliminar a fraude e ganhar em transparência.

O objetivo é simples. Trata-se de “eliminar a possível fraude de um eleitor votar no lugar do outro” ou ainda de impedir alguns “mesários habilitar faltosos e fraudar a votação dos mesmos como já aconteceu” deplora José Carvalho Peixoto. Com efeito, esse sistema garantirá o voto de ser em função das características próprias do eleitor e mostrará “o número de eleitores habilitados de acordo com o horário e o tempo de voto”.

Questionado sobre a transparência do uso dos dados recolhidos, José Carvalho Peixoto não duvida do respeito ético do sistema que esta sendo provado. “Ainda não houve questionamentos da população sobre questões de ética e genética, é um processo bastante transparente, ágil”. O oficial do TRE-SE afirma que o sistema biométrico permitira complementar os dados possuídos pelos órgãos estatais e de cruzar as informações. Segundo ele, o sistema biométrico pode ser benéfico para a sociedade e que “nada impede num futuro próximo de usar esses dados para identificar criminosos”, conclui.

O biométrico em ação.

Assim, os habitantes da Barra deram a digital dos dez dedos, atualizaram os seus dados e os funcionários do TRE tiraram uma fotografia de cada um. Eles foram avisados “pela televisão” afirma Mariane, uma das cidadãs recadastradas. Segundo o cidadão Alberto, “o trabalho na Barra dos Coqueiros foi muito bem feito e as explicações claras”. Mesmo se “teve um pouco de constrangimento com as pessoas” como fala Sandra Lima e que “poucas pessoas foram porque demora muito, tem de esperar”, “o povo estranhou porque não tem costume” explicam Alberto e Fernando, os habitantes recadastrados da Barra dos Coqueiros estão na maioria satisfeitos com as novas medidas. No final é Rosilda quem melhor resume o sentimento dos moradores: “é legal! Não pode ter erro porque a digital que sai é a minha. Não pode passar outro no meu lugar”.

por: Gauthier Berthelemy

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