Localizado entre os bairros Salgado Filho, Jardins, 13 de Julho, Grageru e Garcia, o Tramandaí tornou-se Parque Ecológico há exatos 14 anos e, de lá pra cá, pouca coisa mudou com relação ao odor desagradável que incomoda os transeuntes e os moradores da região.
Dos diversos problemas enfrentados nessa área de preservação, o principal é o esgotamento sanitário que é lançado naturalmente no Parque. Além do mau cheiro, os dejetos expelidos atraem mosquitos e insetos, destroem a vegetação nativa (que não consegue absorver a quantidade de dejetos que são lançados diariamente) e prejudicam a própria população, já que a água que passa pelo canal Tramandaí desemboca nos rios Sergipe e Poxim.
Os publicitários, Carlos Fabrício e Paulo Eduardo, utilizaram a questão do Mangue e o Parque Ecológico Tramandaí como base de estudo para o seu trabalho de conclusão de curso, realizado na Universidade Tiradentes (Unit), no ano de 2007. Para isso, criaram o projeto VIDAMANGUEVERDE com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de preservar esta área, que se classifica como a única do Brasil com a presença de cinco espécies vegetais diferentes e facilita a limpeza da poluição da cidade ao transformar o dióxido de carbono (liberado pelos transportes aracajuanos) em gás oxigênio (vital aos seres vivos).
O problema de despejo de esgoto enfrentado pelo Parque não pôde ser confiavelmente mensurado, porque as construções da área são recentes (menos de 10 anos) e ainda não houve um censo demográfico da região (a pesquisa acontece a cada 10 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE). Porém, segundo os dados presentes na pesquisa de Carlos Fabrício e Paulo Eduardo, já é perceptível o desenvolvimento habitacional da área que não conta com tratamento sanitário adequado, como mostra a tabela a seguir:
Ainda segundo a dupla de pesquisadores, é importante ter a preocupação com as áreas verdes de Aracaju, principalmente os manguezais, já que “o próprio bairro Jardins era antigamente um manguezal e, depois com iniciativas governamentais e de empresas privadas fez-se o aterramento da área, causando vários dos problemas que temos hoje. Em especial, no que diz respeito às chuvas que alagam as ruas da capital!”, enfatizam.
A redução do Canal Tramandaí e a transformação dele em um Parque Ecológico é apontado por Carlos como um problema de destruição ambiental, sem a mínima preocupação dos órgãos responsáveis. Para ele, o Parque Ecológico Tramandaí “não está sendo devidamente cuidado, preservado”, diz.
Por Allana Andrade
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