Combate a incêndio, salvamentos, atendimento pré-hospitalar
e até mesmo apoio psicológico. Toda uma gama de solicitações das mais variadas
possíveis chega ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp)
com o mesmo destino: o Corpo de Bombeiros do Estado de Sergipe. Mais que apenas
prestação de serviço, a instituição garante qualidade no atendimento
emergencial, prezando sempre pela integridade e pela vida da vítima.
Com quase 91 anos de prestação de serviço ao cidadão, a
corporação em Sergipe cresceu não só com relação à estrutura física, mas também
em importância. Hoje,a instituição conta com cerca de 500 profissionais distribuídos em
cinco unidades operacionais - Aracaju, Estância, Itabaiana, Nossa Senhora do
Socorro e Tobias Barreto. E o melhor de tudo: oferece o segundo maior salário
do Brasil, com R$3.012,00, ficando atrás apenas da corporação de Brasília, onde
os militares recebem o valor de R$ 4.129,00.
A estrutura do Corpo de Bombeiros atualmente é suficiente
para as demandas. Com a aquisição de equipamentos como viaturas de combate a
incêndios, de busca e salvamento, bem como a de um caminhão ABT (que armazena
48 mil litros de água), o aparato tecnológico foi modernizado. Para se ter uma
idéia, antes dos novos equipamentos, todos os caminhões dos bombeiros juntos
comportavam 40 mil litros de água. Além disso, o estado comprou uma viatura
aérea dotada da mais alta tecnologia. Seu custo foi de R$ 3 milhões.
Capitão Fábio |
Pelo conjunto da sua obra, o Corpo de Bombeiros de Sergipe
possui uma sólida credibilidade na sociedade. Segundo o capitão Fábio,
responsável pela Assessoria de Comunicação, esse status positivo parte de uma
questão histórica de bons serviços prestados ao longo dos seus quase 91 anos.
“Quando a sociedade olha para o Corpo de Bombeiros ela sabe que pode abrir as
portas, pois vamos para salvar. Toda vez que a sociedade precisa, mesmo nas
piores condições possíveis,estaremos sempre presentes para dar apoio”, diz.
Em 2009 foram registradas 4.792 ocorrências, diferentemente
de 2010, quando esse número subiu para 7.015, o que revela um grau de maior
confiabilidade e recorrência. O crescimento vertiginoso deve-se ao investimento
em aparato tecnológico que permitiu uma maior abrangência de atuação e gerou um
conseqüente aumento no número de registros. Antes havia casos que não podiam ser
registrados por conta da carência estrutural. Hoje a situação mudou e
possibilitou condições de cobrir todos os tipos de ocorrências.
BOMBEIRO,SER HUMANO
“Quando concluímos um resgate é como se tirássemos 200 kg
de responsabilidades das costas e ficássemos leves naquele momento. Ficamos com
o sentimento do dever cumprido”. A frase do tenente Geovan traduz o sentimento
de toda a corporação diante de uma vítima salva. Seja na vida militar ou civil,
independente da natureza do salvamento, o bombeiro se sente gratificado pelo
serviço prestado.
Uma das viaturas de combate à incêndio do Corpo de Bombeiros |
Segundo Geovan, foi um resgate complicado, mas ficou marcado
pelo reconhecimento dos populares diante da retirada da vítima do local com
vida. “À época a corporação estava se estruturando ainda e não tínhamos
equipamentos sofisticados como temos hoje, mas mesmo assim nós fizemos um
resgate bem sucedido”, relembra.
Também com uma vasta experiência na corporação, tendo
especialização em salvamento aquático, o sargento Sinério, do Grupamento
Marítimo (GMAR), destaca algumas ocorrências que marcaram as quase duas décadas
de serviços prestados à população. Uma delas foi quando cinco surfistas
adentraram o mar, mas somente dois conseguiram retornar, ficando o restante à
deriva. O sargento Sinério e mais dois oficiais entraram para salvá-los e após
horas de tentativa conseguiram retirar todos com vida.
Sargento Sinério bombeiro do GMAR |
Mas e quando a vítima morre? Para a maioria dos bombeiros,
fica sempre o sentimento de perda e a sensação de não cumprimento do dever.
Embora não se criem laços mais fortes, há uma preocupação natural com a pessoa
que é alvo da ação. Este sentimento está bem traduzido na visão do sargento
Sinério: “cada bombeiro, cada guarda-vida, cada militar, quando vai pra um
salvamento e não consegue socorrer a vítima, volta como se estivesse faltando
algo na sua vida. Assim como a família sofre, nós também sofremos a perda”,
revela ele, ao acabar de chegar de uma ocorrência no Mosqueiro, em Aracaju.
“Vidas Alheias e Riquezas Salvar”. É com esse lema que o
Corpo de Bombeiros de Sergipe age em prol da sociedade e do patrimônio. Mais
que funcionários públicos e militares, os homens desta guarnição da polícia são
profissionais na arte de ajudar ao próximo, reconhecendo as necessidades da
sociedade, desde nas ocorrências mais simples como a retirada de um anel preso
no dedo, até nas mais graves, como nos incêndios ou acidentes.
Eles se sentem uma corporação de irmãos. Uma família que se
forma para tomar conta de outras famílias. Uma legião do bem. Hierarquia e
disciplina à parte, o que existe no Corpo de Bombeiros do Estado de Sergipe é
um ambiente descontraído, ao mesmo tempo sem perder o respeito aos colegas e,
sobretudo, a seriedade no cumprimento do dever. Ele termina sendo um pelotão que só entra em briga para salvar e socorrer.
Repórteres: Catarina Schneider, Igor de Almeida, Julie Melo
Braga e Lucas Peixoto
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