Nos dias 18 e 19 de abril foi realizada a III
Conferência Municipal da Pessoa com Deficiência, que teve como tema central “Um
olhar através da convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, da ONU:
Novas Perspectivas e Desafios”. O evento teve como objetivo discutir as
demandas que foram apresentadas nas pré-conferências ocorridas entre os dias 12
e 16 abril e trazer novas propostas e soluções para os problemas levantados.
Entre os assuntos debatidos, destaca-se a mobilidade urbana, tema que já vem
sendo discutido em Aracaju desde fevereiro, quando foi lançado pela prefeitura
o Plano Diretor de Mobilidade Urbana de
Aracaju (PDMU).
As pré-conferências aconteceram nos Centros
de Referência de Assistência Social (CRAS) e tiveram o intuito de levantar
problemas enfrentados pelos portadores de necessidades especiais, bem como fornecer
conhecimento de como são realizadas, para que servem e o que é discutido nas
conferências.
O público
presente na III Conferência da Pessoa com Deficiência foi composto por cerca de
100 pessoas, entre deficientes, os familiares destes, observadores e representantes governamentais e não –
governamentais. “Tudo o
que está relacionado ao meu filho tenho que está atento para saber, opinar e
tomar minhas providências seja para a educação, saúde, segurança e a própria
mobilidade que assegura os direitos do meu filho”, declara José Augusto Santos,
pai de um excepcional.
Público ocupou todos os assentos |
A partir da discussão de 4 eixos temáticos, que trataram de
educação, trabalho, acessibilidade, comunicação, saúde, acesso à justiça, entre outros tópicos, buscou-se
levantar demandas e propostas de políticas públicas para a III Conferência Nacional
da Pessoa com Deficiência, que será realizada em
Brasília, no período de
03 a 06 de dezembro de 2012, sob a coordenação da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República.
As conferências
ocorrem desde 2006, quando foi realizada a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência organizada pela ONU, em que o Brasil assinou um
protocolo pelo qual assumiu o compromisso de promover, e assegurar todos os
direitos humanos e o respeito às pessoas com deficiência. “A conferência serve de estímulo para
muitas pessoas com deficiência e para suas famílias, que encontram apoio para
suas necessidades que poderão surgir no futuro”, explica a presidente do Conselho Municipal dos
Direitos da Pessoa com Deficiência, Gorete Medeiros.
Um dos temas mais
relevantes do evento foi mobilidade urbana, a qual interfere diretamente no
cotidiano das pessoas com deficiência, pois envolve os deslocamentos a partir
das necessidades do dia-dia, bem como seu acesso aos serviços e às
oportunidades que a cidade oferece. O assunto
já vem sendo discutido por diversos segmentos da sociedade desde que a
prefeitura de Aracaju lançou o Diretor de
Mobilidade Urbana de Aracaju (PDMU) em fevereiro desse ano. No último mês, foi promovida
uma audiência pública com os portadores de necessidades especiais para a
construção do edital de licitação de transporte coletivo urbano de Aracaju, que
faz parte do PDMU. A audiência teve como finalidade a inserção dos deficientes na
discussão do Plano de Mobilidade e consequentemente atender os interesses e
necessidades dos mesmos.
Gorete Medeiros durante o evento |
“É importante
que o deficiente tome consciência do que está acontecendo na cidade, do que vem
sendo debatido, para que possa expressar sua opinião e lutar por seus direitos.
Infelizmente, Aracaju ainda não é uma cidade com acessibilidade, sobretudo para
o deficiente visual, temos esperança que a partir das nossas propostas e das
demais propostas já feitas, esta realidade mude”, declara Gorete Medeiros.
Demandas
De
acordo com o vice-presidente
da Associação dos Deficientes Visuais de Sergipe (Adevise), Jossivaldo Silva de
Jesus, os espaços urbanos ainda não são lugares seguros para as pessoas com
deficiência. “Para se ter uma ideia temos hoje em Sergipe 4.226 cegos, onde tá
esse povo? Tá em casa porque as cidades não são preparadas.”
Na conferência foram levantadas algumas
necessidades que limitam o cotidiano dos deficientes, que vão desde o
preconceito à falta de estrutura da sociedade para garantir a acessibilidade da
população com deficiência.
“Precisamos
de ônibus novos, que atendam as nossas necessidades. Os motoristas e cobradores
devem passar por treinamento para saber como lidar com o público,
principalmente com os deficientes e idosos”, declara o Membro do Conselho Estadual da Pessoa
com Deficiência, Carlos Almeida.
No que diz
respeito à mobilidade urbana, os portadores de necessidades especiais apontaram
como propostas a manutenção periódica dos equipamentos dos ônibus que servem
como meios de acessibilidade, rampas nos pontos de ônibus, conservação de calçadas,
capacitação dos profissionais do transporte público, vagas de estacionamento
destinadas para pessoas com deficiência, e cidade com 100% da frota de
transporte coletivo acessível.
Repórter: Lenaldo Severiano
Edição: Sóstina Silva
Fotos: Alejandro Zambrana. Fonte: portal da prefeitura de Aracaju
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