No centro histórico de Aracaju, o Palácio Olímpio Campos chama a atenção dos visitantes pela sua bela arquitetura.
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Inaugurado
há seis meses, o Museu da Gente Sergipana já entrou no circuito
turístico do estado. Montado em um tradicional prédio da avenida
Ivo do Prado, de frente para o Rio Sergipe, o museu inova na
apresentação do acervo, com inúmeros recursos digitais que tornam
a visitação, além de uma experiência histórica e cultural,
também uma experiência tecnológica. Tal realidade, entretanto, não
está presente em outros importantes museus, nos quais até mesmo o
horário de funcionamento não é cumprido à risca.
Mesmo com
um número expressivo de museus, em Sergipe, ainda são pouco
valorizados sob o ponto de vista do turismo. Para a turismóloga
Fábia Lima Leite, nos últimos anos, a procura de turistas a museus
tem sido grande e as agências de viagens estão cada vez mais
investindo nisso, porém a publicidade ainda deixa a desejar para
ela. “ Xingó não é um
dos atrativos mais procurados só pelo Cânion, mas pelo seu museu
arqueológico”. Além disso, acrescenta, há também os Museus de
Laranjeiras e São Cristóvão, considerados roteiros do turismo
receptivo. Segundo Fábia, a demanda é boa, “mas ainda o grande
problema é a falta de divulgação. As ações de publicidade são
esporádicas”.
De acordo
com a presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo, Irma
Karla Freire Barbosa, que ocupou a presidência do Sindicato dos
Guias de Turismo de Sergipe entre os anos de 2005 a 2011, a política
de turismo de museus é mais voltada para a capital. “O
Palácio Museu Olímpio Campos e o Museu da Gente Sergipana tem
excelente infraestrutura de apoio ao turista e profissionais de
turismo, mas os Museus de São Cristóvão, por exemplo, ainda tem
muitas falhas”.
O
Museu Sacro, exemplifica, “continua fechando e abrindo a hora que
quer e o Museu Histórico acaba indo no mesmo caminho, quando o Sacro
fecha ele fecha também”. As agências já contornam esse
problema, ao levar grupos de visitação, confirmando com
antecedência o funcionamento do museu. Entretanto, os turistas que
se informam nos hotéis e fazem a visita por iniciativa própria,
correm o risco de se deparar com as portas fechadas.
Entre
as esculturas disponível no Museu Olimpio Campos, acervos literários dispõem
conhecimento aos visitantes.
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Para a presidente, “o governo do estado alega falta de
funcionários, mas poderia ser feito um trabalho bem legal com as
instituições de ensino de turismo”. Os funcionários do Museu
Sacro são da Secretaria de Educação, cedidos para aquele espaço,
mas é administrado pela Arquidiocese de Sergipe, explica.
Sobre a
publicidade dos museus sergipanos, Irma revela que o Palácio Olímpio
Campos e o da Gente Sergipana são os mais conhecidos. “Eles
tem folders, mas
acredito que precisa investir mais em divulgação, principalmente
junto ao Trade Turístico”. Mala direta para os e-mails do Trade
Turístico surtiria efeito, sugere ela, pois enviariam aos seus
associados, funcionários, fornecedores. “O horário de
funcionamento precisa ser mais bem divulgado e principalmente nos
feriados quando mudam os horários e não avisam”.
Já de
acordo com a coordenadora de Museus do Estado, Sayonara Viana, a
programação do funcionamento de Museus é elaborada mensalmente
levando em consideração os feriados locais e universais. Segundo
Sayonara, os museus funcionam de terça à sexta-feira e também aos
sábados, domingos e feriados, com exerção para os feriados de
Carnaval, Ano Novo, São João, Sexta-feira da Paixão, Natal e Dia
do Trabalhador.
Ainda
segundo ela, a divulgação entre os hotéis e pousadas existe. “Há
projeto junto ao Prodetur, que envolve turismo e museus, além também
do trabalho realizado com as escolas, que atualmente representa o
percentual maior de visitação”. Sobre a política de investimento
no turismo, Sayonara explica que “o governo está desenvolvendo um
trabalho de Educação Patrimonial e oficinas durante o ano de 2012”.
Quadros
de artistas sergipanas ganham destaque em todos os museus sergipanos,
exemplo, da pitura de Jordão Oliveira.
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“Há
um fluxo de informações entre as Secretarias de Estado da Cultura e
do Turismo que faz chegar essas informações na ponta, ou seja, ao
trade turístico”. Ela informa auinda que “o material de
divulgação do patrimônio histórico e cultural entre os hotéis e
pousadas também é feito pela Setur” e que “em determinados
períodos do ano, a Secult promove uma ação de divulgação entre
os veículos de comunicação para que produzam conteúdo sobre os
museus do Estado, assim estimulando a população a visitá-los”.
Conheça os principais Museus do estado
A história do povo de Sergipe pode ser remontada através dos museus
existentes no estado, locais onde os objetos com valor histórico e
cultural revelam fatos passados e costumes de uma época. Visitar um
museu é fazer uma viagem aos fatos históricos e entrar em contato
com testemunhos materiais do homem. Entre os principais museus de
Sergipe destacam-se o Palácio Museu Olímpio Campos e o Museu da
Gente Sergipana, localizados na capital e os Museus dos municípios
de Laranjeiras e São Cristóvão, que ainda estão entre os mais
visitados, além do Museu de Arqueologia de Xingó.
O Palácio Museu Olímpio Campos,
uma das mais importantes arquiteturas do centro histórico de
Aracaju, possui um acervo de 683 peças, mobiliário, quadros e
livros, o prédio foi construído em 1863, funcionou como sede do
governo até 1995 e possui hoje um pouco da história política do
estado desde o século XIX. Mais
informações, podem ser vista no blog alternativo dos estudante de
comunicação da UFS.
Em São Cristóvão, a quarta
cidade mais antiga do país, distante 26 km da capital sergipana
existem dois museus. O Museu Histórico foi fundado em 1960 e possui
no diversificado acervo, quadros de Horácio Hora, bustos de
personalidades, além de espaço para exposições temáticas. Já o
Museu de Arte Sacra foi formado por doação de colecionadores e
reúne cerca de 500 peças, tem uma antiga sacristia, onde estão os
castiçais de prata do século XIX e as imagens santas banhadas a
ouro, o piso é original e o teto foi pintado pelo baiano Teófilo de
Jesus.
Aberto
para visitações, os museus da capital sergipana recebem diariamente caravanas escolares de todo o estado.
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No município de Laranjeiras fica o
Museu Afro-brasileiro surgido em 1976, que possui mais de 100 peças
relacionadas à cultura do negro e ao sincretismo religioso. Ainda em
Laranjeiras há a Casa de Cultura João Ribeiro, que leva o nome do
primeiro sergipano, escritor, poeta e folclorista eleito imortal, o
local é a casa em que João Ribeiro morou e abriga objetos pessoais
e mobília. O Museu de Arte Sacra de Laranjeiras foi fundado em 1978
e reúne peças da cultura religiosa do Vale do Cotinguiba, o casarão
pertenceu a um antigo senhor de engenho. As estátuas de roca possuem
articulações, tecidos, e até cabelos reais e, durante a semana
santa são levadas em procissão às igrejas.
O Museu da Gente Sergipana é o
mais recente no estado, aberto no ano passado, ele traz um pouco de
tudo que tem ligação ao homem de Sergipe, seus hábitos, modo de
falar, culinária, artesanato, personalidades, além de elementos da
fauna e da flora.
Por: Isabelle Marques
Editor:
Raimundo Morais
Imagens:
Imagens retiradas do blog Fotografia UFS, da professora Beatriz
Colucci, em produções jornalisticas acadêmicas.
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