Infraestrutura diferenciada caracterizam museus sergipanos

terça-feira, 8 de maio de 2012


No centro histórico de Aracaju, o Palácio Olímpio Campos chama a atenção dos visitantes pela sua bela arquitetura.
Inaugurado há seis meses, o Museu da Gente Sergipana já entrou no circuito turístico do estado. Montado em um tradicional prédio da avenida Ivo do Prado, de frente para o Rio Sergipe, o museu inova na apresentação do acervo, com inúmeros recursos digitais que tornam a visitação, além de uma experiência histórica e cultural, também uma experiência tecnológica. Tal realidade, entretanto, não está presente em outros importantes museus, nos quais até mesmo o horário de funcionamento não é cumprido à risca.

Mesmo com um número expressivo de museus, em Sergipe, ainda são pouco valorizados sob o ponto de vista do turismo. Para a turismóloga Fábia Lima Leite, nos últimos anos, a procura de turistas a museus tem sido grande e as agências de viagens estão cada vez mais investindo nisso, porém a publicidade ainda deixa a desejar para ela. Xingó não é um dos atrativos mais procurados só pelo Cânion, mas pelo seu museu arqueológico”. Além disso, acrescenta, há também os Museus de Laranjeiras e São Cristóvão, considerados roteiros do turismo receptivo. Segundo Fábia, a demanda é boa, “mas ainda o grande problema é a falta de divulgação. As ações de publicidade são esporádicas”.

De acordo com a presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo, Irma Karla Freire Barbosa, que ocupou a presidência do Sindicato dos Guias de Turismo de Sergipe entre os anos de 2005 a 2011, a política de turismo de museus é mais voltada para a capital. O Palácio Museu Olímpio Campos e o Museu da Gente Sergipana tem excelente infraestrutura de apoio ao turista e profissionais de turismo, mas os Museus de São Cristóvão, por exemplo, ainda tem muitas falhas”.

O Museu Sacro, exemplifica, “continua fechando e abrindo a hora que quer e o Museu Histórico acaba indo no mesmo caminho, quando o Sacro fecha ele fecha também”. As agências já contornam esse problema, ao levar grupos de visitação, confirmando com antecedência o funcionamento do museu. Entretanto, os turistas que se informam nos hotéis e fazem a visita por iniciativa própria, correm o risco de se deparar com as portas fechadas.
Entre as esculturas disponível no  Museu Olimpio Campos, acervos literários dispõem conhecimento aos visitantes.
Para a presidente, “o governo do estado alega falta de funcionários, mas poderia ser feito um trabalho bem legal com as instituições de ensino de turismo”. Os funcionários do Museu Sacro são da Secretaria de Educação, cedidos para aquele espaço, mas é administrado pela Arquidiocese de Sergipe, explica.

Sobre a publicidade dos museus sergipanos, Irma revela que o Palácio Olímpio Campos e o da Gente Sergipana são os mais conhecidos. “Eles tem folders, mas acredito que precisa investir mais em divulgação, principalmente junto ao Trade Turístico”. Mala direta para os e-mails do Trade Turístico surtiria efeito, sugere ela, pois enviariam aos seus associados, funcionários, fornecedores. “O horário de funcionamento precisa ser mais bem divulgado e principalmente nos feriados quando mudam os horários e não avisam”.

Já de acordo com a coordenadora de Museus do Estado, Sayonara Viana, a programação do funcionamento de Museus é elaborada mensalmente levando em consideração os feriados locais e universais. Segundo Sayonara, os museus funcionam de terça à sexta-feira e também aos sábados, domingos e feriados, com exerção para os feriados de Carnaval, Ano Novo, São João, Sexta-feira da Paixão, Natal e Dia do Trabalhador.

Ainda segundo ela, a divulgação entre os hotéis e pousadas existe. “Há projeto junto ao Prodetur, que envolve turismo e museus, além também do trabalho realizado com as escolas, que atualmente representa o percentual maior de visitação”. Sobre a política de investimento no turismo, Sayonara explica que “o governo está desenvolvendo um trabalho de Educação Patrimonial e oficinas durante o ano de 2012”.
Quadros de artistas sergipanas ganham destaque em todos os museus sergipanos, exemplo, da pitura de Jordão Oliveira.
“Há um fluxo de informações entre as Secretarias de Estado da Cultura e do Turismo que faz chegar essas informações na ponta, ou seja, ao trade turístico”. Ela informa auinda que “o material de divulgação do patrimônio histórico e cultural entre os hotéis e pousadas também é feito pela Setur” e que “em determinados períodos do ano, a Secult promove uma ação de divulgação entre os veículos de comunicação para que produzam conteúdo sobre os museus do Estado, assim estimulando a população a visitá-los”.

Conheça os principais Museus do estado

A história do povo de Sergipe pode ser remontada através dos museus existentes no estado, locais onde os objetos com valor histórico e cultural revelam fatos passados e costumes de uma época. Visitar um museu é fazer uma viagem aos fatos históricos e entrar em contato com testemunhos materiais do homem. Entre os principais museus de Sergipe destacam-se o Palácio Museu Olímpio Campos e o Museu da Gente Sergipana, localizados na capital e os Museus dos municípios de Laranjeiras e São Cristóvão, que ainda estão entre os mais visitados, além do Museu de Arqueologia de Xingó.

O Palácio Museu Olímpio Campos, uma das mais importantes arquiteturas do centro histórico de Aracaju, possui um acervo de 683 peças, mobiliário, quadros e livros, o prédio foi construído em 1863, funcionou como sede do governo até 1995 e possui hoje um pouco da história política do estado desde o século XIX.      Mais informações, podem ser vista no blog alternativo dos estudante de comunicação da UFS.

Em São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do país, distante 26 km da capital sergipana existem dois museus. O Museu Histórico foi fundado em 1960 e possui no diversificado acervo, quadros de Horácio Hora, bustos de personalidades, além de espaço para exposições temáticas. Já o Museu de Arte Sacra foi formado por doação de colecionadores e reúne cerca de 500 peças, tem uma antiga sacristia, onde estão os castiçais de prata do século XIX e as imagens santas banhadas a ouro, o piso é original e o teto foi pintado pelo baiano Teófilo de Jesus.
Aberto para visitações, os museus da capital sergipana recebem diariamente caravanas escolares de todo o estado.
No município de Laranjeiras fica o Museu Afro-brasileiro surgido em 1976, que possui mais de 100 peças relacionadas à cultura do negro e ao sincretismo religioso. Ainda em Laranjeiras há a Casa de Cultura João Ribeiro, que leva o nome do primeiro sergipano, escritor, poeta e folclorista eleito imortal, o local é a casa em que João Ribeiro morou e abriga objetos pessoais e mobília. O Museu de Arte Sacra de Laranjeiras foi fundado em 1978 e reúne peças da cultura religiosa do Vale do Cotinguiba, o casarão pertenceu a um antigo senhor de engenho. As estátuas de roca possuem articulações, tecidos, e até cabelos reais e, durante a semana santa são levadas em procissão às igrejas.

O Museu da Gente Sergipana é o mais recente no estado, aberto no ano passado, ele traz um pouco de tudo que tem ligação ao homem de Sergipe, seus hábitos, modo de falar, culinária, artesanato, personalidades, além de elementos da fauna e da flora.

Por: Isabelle Marques
Editor: Raimundo Morais
Imagens: Imagens retiradas do blog Fotografia UFS, da professora Beatriz Colucci, em produções jornalisticas acadêmicas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Contexto Online | by TNB ©2010