Moradia Social como direito ainda não assegurado em Aracaju

segunda-feira, 16 de julho de 2012


Um dos pontos não contemplados pela Moradia Social
Como um dos pontos abordados pelo Plano Diretor proposto em diversas cidades, a habitação social ou moradia social, como é popularmente conhecida, é um tipo de habitação que recebe subsídio do governo federal para facilitar a aquisição por parte de quem não possui poder aquisitivo ou é uma moradia cedida. Nos dois casos, o objetivo é diminuir o déficit habitacional. Entretanto, essa habitação que já estava prevista na Declaração Universal dos Direitos Humanos, desde 1948, só se tornou um direito do cidadão brasileiro, através de uma emenda na Constituição de 88, Art. 6º, no ano de 2000.
Passados mais de 60 anos da primeira experiência de política habitacional no país, Fundação da Casa Popular, criada em 1946, que foi ineficaz pela falta de recursos e de regras de financiamento estabelecidas, o déficit habitacional continua com um desafio a ser superado. Atualmente, está em vigor o ‘Minha Casa Minha Vida’, vinculado ao Plano Nacional de Habitação, que tem como objetivo assegurar o acesso à moradia digna, à terra urbanizada, à água potável, ao ambiente saudável e à mobilidade com segurança.
Em Aracaju, alguns movimentos sociais, dentre eles o Movimento dos Trabalhadores Urbanos (Motu), sediado em Aracaju, discutem a proposta de Moradia Social na proposta do novo Plano Diretor da cidade. O dirigente estadual do Movimento, Silvanei de Jesus, acredita que as políticas públicas destinadas à moradia não atingem a maioria da população, pois, “o plano diretor que está em construção não atende às necessidades da sociedade, porque não há uma participação direta na estruturação das propostas, como a da moradia social”.



Moradia social e renda familiar
 O dirigente do Motu afirma que o direito a um espaço habitacional digno não é cumprido porque moradia social “é tudo aquilo que atende ao direito à habitação da classe trabalhadora, não apenas uma ajuda na aquisição de uma casa, mas todo o suporte para a família se manter”.
 Segundo o último Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em média 30% das famílias que adquiriram uma moradia não conseguem se manter pela falta de renda mínima para isso. Por isso, Silvanei afirma que a principal causa do ‘fracasso’ dos programas de moradia é a renda familiar.
O Ministério das Cidades, através do documento da PNH, mostra que 92% da população ainda não possui habitação digna. Logo, a moradia social da forma que está sendo constituída, não atende as necessidades da sociedade que precisa desse direito mínimo assegurado.
Ainda de acordo com dados de 2011 do IBGE, cerca de 1061 famílias em Aracaju são beneficiadas por algum programa de assistência habitacional, sendo que cada uma se mantém com apenas um salário mínimo mensal, podendo chegar a até três.
De acordo com esses dados, o Motu defende que a renda familiar seja o ponto de partida para a melhora dos programas de assistência à moradia, pois, a moradia vem acompanhada de responsabilidades, como conta de água, luz, energia, entre outros.
Fonte: Site do Ministérios das Cidades
Plano habitacional para 10 anos
A técnica de planejamento e habitação da Prefeitura Municipal de Aracaju, Maria Abreu, esclarece que “há uma preocupação em direcionar as atividades para os assentamentos precários divididos em 72 áreas, a exemplo do bairro Coqueiral, Santa Maria, entre outros”.
A técnica também afirma que o objetivo da prefeitura é formular um planejamento que dure um longo período para assim dar assistência de forma continuada a essas famílias. “O órgão está elaborando um plano habitacional municipal que tenha a duração de 10 anos, para assim demarcar áreas de interesse social a serem desenvolvidas”, conclui Maria Abreu.
A desigualdade da moradia no Brasil não é um problema que se resolve rápido. Não é apenas falta de dinheiro, demanda de políticas pública, é uma questão de participação direta da sociedade na gestão governamental, tanto na gestão de recursos quanto na formulação de políticas para a área habitacional.


Por: Andréa Cerqueira
Edição: Andréa Cerqueira e Vinícius de Oliveira
Box: Andréa Cerqueira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Contexto Online | by TNB ©2010