Dor ao mastigar e estalos no ouvido podem ser sintomas de DTM

Pouca gente sabe, mas hábitos comuns como roer unhas, mastigar chicletes, morder objetos estranhos e até mesmo postura incorreta da cabeça podem ocasionar Disfunção Temporomandibular (DTM), doença pouco conhecida pela sociedade sergipana. Esta disfunção é ocasionada em uma das mais importantes articulações do corpo humano, por esse motivo que a DTM precisa ser diagnosticada rapidamente.

Considerada a articulação mais complexa do ser humano por apresentar várias características, a articulação entre a mandíbula e a base do crânio é a responsável pelos movimentos de mastigação, abertura e fechamento da boca e movimentos laterais. Quando esta articulação não está em harmonia, diversos problemas bucais podem ocorrer, ocasionando assim, a Disfunção Temporomandibular. Segundo a professora Elizabeth Ting, do departamento de Morfologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a Disfunção Temporomandibular é o funcionamento anormal da articulação temporomandibular, dos ligamentos, dos músculos da mastigação, dos ossos maxilar-mandíbula, e dos dentes e estruturas de suporte dentário.

A Disfunção Temporomandibular está relacionada a hábitos comuns, como o apertamento dentário, o rangimento dos dentes sem a percepção do indivíduo, e até mesmo o bruxismo que é classificado como uma síndrome (doença). Relaciona-se também aos atos de morder objetos estranhos, roer unhas, mastigar chicletes, postura da cabeça (para frente), ou ainda apresentar fatores relacionados com o estresse, depressão e ansiedade ou eventos traumáticos. Muitas pessoas são vítimas dessa disfunção, mas a maioria desconhece seus sintomas e tratamentos.



A dor na Articulação Temporomandibular destaca-se das demais dores somáticas devido a sua grande intensidade e alta frequência, o que muitas vezes impede um indivíduo de manter as suas atividades normais. Mas quem sofre de DTM nem sempre sente dor.

Quando ocorrem sinais, as DTMs apresentam características, mas os indivíduos não têm prejuízo daquilo. Apertamento, rangimento dos dentes e estalidos no ouvido, que podem evoluir de estalos a cliques. Os sintomas aparecem bastante ao acordar, a pessoa que aperta o dente e range, sente dor na face (dor até com o vento frio), e dores musculares durante a mastigação. Na acefaleia, pelo apertamento, o côndilo da mandíbula vai para trás e empurra o disco articular e no trismo ocorre o travamento da boca. Pode apresentar também a sensibilidade dentária, apertamento e rangimento, que abalam e fraturam os dentes.


É importante saber o que pode desencadear a DTM, os principais fatores são o estresse, a TPM, o ponto de contato prematuro dos dentes, a má formação dentária, ou ainda, dois ou mais fatores relacionados.

Segundo a Professora Elizabeth Ting, estudos mostram que “a maior incidência é nas mulheres, devido ao fato da mulher estar exposta ao estresse emocional, às mudanças hormonais durante o ciclo menstrual ou a gravidez, e às alterações anatômicas. E aproximadamente 30% da população podem sofrer algum tipo de DTM durante suas vidas, sendo 70% desses casos acompanhados de dores e sintomas”.

Para tratar a disfunção é preciso fazer primeiro a anaminesia, ou seja, o histórico da doença para avaliar a fase. Num estágio simples é necessária placa de desoclusão, a pessoa que tem bruxismo e apertamento utiliza a placa durante a noite. No caso de trismo e dores miofaciais indica medicamento: miorelaxante (relaxante muscular) associado a analgésico. No estresse muito grande é indicado antidepressivo tricíclico.

O mais importante, devemos sempre procurar o dentista especialista em oclusão (protesista) ou o fisiologista clínico para realizar os tratamentos.

Por Samara Menezes