Surgido a partir da carência de espaços culturais que permitissem o acesso da população sergipana às produções de música independente, o festival é um espaço para bandas que, geralmente, não têm a oportunidade de mostrar seu trabalho. No início os roqueiros contavam apenas com um par de caixas amplificadas colocado na Praça Antônio Alves.
A benção do padre
Contando com a persistência da galera roqueira que compõe a banda Fator RH e com o Padre Márcio Gonzaga, o evento aglutinador da cena cultural foi ganhando força. Chegando em Glória e assumindo a paróquia no final de 2003, Padre Márcio arregaçou as mangas e trabalhou duro apoiando e incentivando os meninos do rock. Hoje é um dos principais colaboradores do festival na cidade. "Os ajudei por gosto pessoal mesmo. Procurei usar minha influência para buscar mais incentivo para o evento, que é uma gratificante manifestação cultural", revela.
Mas se engana quem pensa que o padre é um sujeito sisudo. Alegre ele se utiliza do rock como instrumento evangelizador e, na sexta-feira em que rola o Rock Sertão, logo após a missa é possível encontrá-lo curtindo o som. "É importante que as pessoas saibam respeitar o diferente. O Rock Sertão contribui para isso, pois ajuda a afastar todo o preconceito que gira em torno do rock", frisou.
Em
A consolidação do público e a diversidade musical são as maiores marcas do evento. Um dos fundadores do evento e cantor da banda Fator RH, Kleberson Silva, mais conhecido como Binho comenta que a antes era somente um festival que chamava a atenção dos curiosos e “ hoje apresenta um público que se diferencia dentre os vários segmentos do rock, indo desde o pop rock até o Heavy Metal”, acrescenta.
Interatividade
O crescimento do público que acessa a internet deu ainda mais visibilidade ao evento que já tem centenas de seguidores no Twitter. Essa desterritorialização na divulgação fez com que despertasse o interesse de bandas de outros Estados do Brasil e três foram selecionadas para estar nos palcos do Rock Sertão. Além de que, duas bandas foram selecionadas pelo público através de votação no site www.rocksertao.com.br.
Membro da comissão organizadora do evento, Jefesson Melo destaca que a atuação do perfil da festa nas redes sociais fez com que “grande parte dos inscritos fossem de fora [outros Estados]”
Abertura
O sucesso do festival no calendário cultural fez com que o espaço se abrisse. Nas últimas edições o Rock Sertão abriu espaço para palestras, teatros, oficinas, grafite e exibição de curtas- metragens. “O Rock Sertão não é somente um festival de música independente, mas também um grande encontro cultural que reune várias gerações, estilos, comportamento e, acima de tudo, formas diferenciadas de arte”, afirma Binho.
Apoio
Com a programação lançada no III Seminário sobre Programação para TV Pública, o Rock Sertão vai ter uma parceria bem ampla com a Aperipê FM e a Aperipê TV. Desta vez, as bandas inscritas nno festival serão mais tocadas na FM e o festival transmitido pela rádio. Além disso, a possibilidade técnica de viabilizar a transmissão pela tevê está sendo estudada pelos dirigentes da emissora. “Se isso não ocorrer deveremos gravar o festival e produzir um programa especial sobre o evento”, afirmou a presidente da Fundação Aperipê, Indira Amaral.
Para Jefesson Melo, ter a Aperipê como parceira no fomento à cena cultural sergipana é sinônimo de sucesso. “Com esse apoio temos certeza de que a coisa vai funcionar melhor ainda. A participação da Aperipê no evento agrega um valor imenso e tenho certeza de que temos como crescer mais”, destacou.
Onde fica Nossa Senhora da Glória?
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Por: Elaine Mesoli
(elainemesoli@hotmail.com)
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