O Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose), principal espaço de coleta de sangue do Estado, sofre, durante os feriados prolongados e os períodos festivos, uma baixa em suas reservas sanguíneas. As festas juninas integram essa fase em que o centro mais necessita de doações.
Enquanto a média diária de candidatos a doadores é de 120 pessoas, nos períodos críticos cai cerca de 15% a 20%, contabilizando cerca de 100 candidatos. A principal causa da redução se deve ao fato de que os doadores usuais preferem comparecer ao Hemose depois das festas.
Além da diminuição no número de doações, existe o agravante de que a demanda nesses períodos aumenta devido à elevação das ocorrências de acidentes de trânsito causados por motoristas alcoolizados e, no caso das festas de São João e de São Pedro, ocorrências de queimaduras por causa dos fogos de artifício.
Considerando o quadro existente, o Hemose, desde fevereiro desse ano, está promovendo a campanha “Vida Saudável com Responsabilidade Social”, que teve início com a intenção de reforçar a doação nos períodos críticos, mas hoje é permanente e visa conseguir doadores durante todo o ano.
De acordo com a assistente social do Hemose e responsável pela captação de doadores, Maria Tereza Lisboa, uma série de medidas compõem a estratégia do Núcleo de Serviço Social e Captação de Doadores. “Fazemos parcerias com empresas para que haja uma divulgação dentro do espaço de trabalho e funcionários venham doar sangue. Assim, a empresa nos ajuda e exerce a sua responsabilidade social”, declarou.
“Além disso, estamos incentivando a vinda de doadores de outros municípios que têm dificuldades de deslocamento. Por meio de parcerias com empresas de ônibus, por exemplo, ajudamos associações, escolas, entre outras”, cita Tereza.
Outra atitude que ajuda o crescimento da captação de doadores é o serviço de telemarketing que o centro executa. Através dele, os doadores cadastrados são lembrados do período que podem fazer uma nova doação – são três meses de intervalo para os homens e quatro para as mulheres.
Critérios para ser um doador
Existem algumas exigências para poder doar sangue. A pessoa precisa ter entre 18 a 65 anos, pesar acima de 50kg, não ter contraído hepatite com mais de dez anos de idade, estar bem alimentado, não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas, ter descansado por pelo menos 6 horas, não ter fumado 2 horas antes e deve portar documento oficial com foto.
Quando o candidato à doação chega ao Hemose, passa por um processo para que a qualificação para a captação de sangue seja atestada. Primeiramente ele faz um cadastro e depois passa por testes que verificam o teor de hemoglobina e os sinais vitais, responde um questionário e faz um exame de sífilis, hepatite e HIV, além de ter identificado o seu tipo sanguíneo. Em seguida ele, se aprovado, vai para a sala de captação do sangue.
Segundo Maria Tereza, o cidadão que mais doa sangue tem de 20 a 40 anos, pertence à classe média baixa e não tem o ensino médio completo. “Essas pessoas são as que mais tem sensibilidade em relação às necessidades do próximo. Acredito que as mais esclarecidas estão tão voltadas para si mesmas que não se atentam para a doação”, diz.
Anderson Leite, de 27 anos, técnico em projetos industriais, apesar de ser um doador frequente há três anos, não se sente obrigado a sempre colaborar com a captação. “Eu venho ao Hemose para ajudar mesmo, pois não me custa nada ajudar outras pessoas. Desde o início foi por uma vontade espontânea e não por necessidade. Hoje eu já posso vir de dois em dois meses, já que a minha produção de sangue se renova mais rápido”, explica.
Em relação à queda de doações nos períodos festivos e nos feriados prolongados Anderson enxerga uma contradição. “É nessa época que deveriam haver mais doações porque todo mundo sabe dos acidentes que acontecem e a partir disso a demanda do banco de sangue aumenta”, opina.
Elisângela Lima, secretária de 28 anos, doou sangue apenas duas vezes a partir da motivação da necessidade de pessoas próximas, mas já pensa em se tornar uma doadora usual. “Agora eu quero ser doadora frequente voluntária e ajudar as pessoas que eu nem conheço por solidariedade. Também pretendo vir doar nos períodos de maior baixa porque é importante”, declarou.
Elisângela Lima, secretária de 28 anos, doou sangue apenas duas vezes a partir da motivação da necessidade de pessoas próximas, mas já pensa em se tornar uma doadora usual. “Agora eu quero ser doadora frequente voluntária e ajudar as pessoas que eu nem conheço por solidariedade. Também pretendo vir doar nos períodos de maior baixa porque é importante”, declarou.
por: Carol Correia
(quatrobailarinas@hotmail.com)
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