O Coletivo Trotamundos é um grupo de fotógrafos de Sergipe, que optaram não só por fazer fotografia, mas mostrar como fazer fotografia, inovar, dá uma cara a história da fotografia sergipana. Fazem parte do coletivo Alejandro Zambrama, Ana Lyra, Marcelinho Hora e Zak Moreira. Todos com profissões e olhares diferentes, mas algo em comum: apaixonados pela arte de fotografar. A ideia do grupo é dar movimento a fotografia contemporânea, a partir da internet, disponibilizando os trabalhos fotográficos e vídeos.
O coletivo surgiu, como os próprios integrantes definem, de forma natural. “Eu e o Marcelinho já éramos amigos, gostávamos de fotografia e reunidos no fotoclube começamos a conversar sobre a situação da fotografia no estado, em criar um estilo estético diferente, sair do rotineiro”, disse Zak. Mas foi no segundo encontro com o projeto “Quem Faz a Foto”, realizado com os meninos do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que nasceu o Coletivo Trotamundos.
Quando questionados sobre se há dificuldade em trabalhar em grupo, Marcelinho e Zak discordam, “Somos diferentes, cada um tem um olhar, conceitos de vida diferentes, mas isso é usado quando nos reunimos para discutirmos sobre novas ideias, jogamos na roda, conversamos cada um expõe sua opinião, cada um tem uma forma diferente de ver, mas é saber ouvir, há um respeito entre nós”, confessam Marcelinho e Zak. Falaram ainda, que o fotógrafo não tem o poder sobre a fotografia, que há uma relação entre as coisas e as pessoas que estão sendo fotografadas. “O fotógrafo não é sozinho, ele mantém uma relação com o mundo exterior”. Afirmaram também, que o Coletivo tem um estilo livre de trabalho “Temos muitas ideias, muitos planos na cabeça, nos arriscamos, é botar a cara pra bater, se jogar, não encaramos nosso trabalho de forma tão séria, mas de maneira brincante, é uma brincadeira séria” enfatiza Zak.
O grupo fazem fotos documentais, registro do cotidiano, do social. No site www.trotamundoscoletivo.com estão disponíveis trabalhos e projetos realizados, dentre eles estão: Tour Fora do Eixo Aracaju, fotografias da etapa Aracaju Tour Nordeste e Trotamundos e o Circo Circular, registro do show de lançamento do CD da cantora sergipana Patrícia Polayne e os vídeos documentários com o projeto Quem Faz a Foto, no qual, mostra o resultado das oficinas feitas com jovens do CAPS e do Centro de Referência da Assistência Social- CRAS do bairro Coroa do Meio, este, o mais novo, feito em comemoração aos 155 anos de Aracaju. O Coletivo Trotamundos foi convidado pela Prefeitura Municipal para proporcionar a essa garotada uma atividade recreativa.
Os vídeos documentários foi uma expressão dinâmica para apresentar a trabalho social através da fotografia. “Os vídeos-documentários foi uma ideia nossa, para que pudéssemos mostrar nosso trabalho de maneira mais expressiva, para que não ficasse engessado, mas para as pessoas terem a noção de como foi feito o trabalho”, explica Marcelinho.
Marcelinho Hora comentou a respeito de dois novos projetos, Conversando Fotografia que é como o próprio nome diz, falar sobre a fotografia. Um espaço aberto a fotógrafos, jornalistas e pra todos que se interessam por fotografia, cujo objetivo é criar um espaço de produção de ideias, provocar o gosto pela fotografia, trazer os fotógrafos antigos do estado e reunir as experiências, mostrar as pessoas o caminho da fotografia. “É um papo mesmo, uma troca de experiências, precisamos criar uma identidade da fotografia em Sergipe, montar uma base, porque é preciso que isso seja feito”, disse Marcelinho. O outro projeto é criar uma Oficina de Fotografia, um workshop aberto ao público, onde a partir da experiência deles, possam trazer conhecimento e orientar as pessoas a fotografar.
Quanto à relação entre a fotografia documental e o fotojornalismo, Marcelinho Hora expõe seu ponto de vista e define “A semelhança entre ambos, é que a fotografia tem o objetivo de se atingir um público, no fotojornalismo tem que haver um texto, tem objetivo definido, é determinado por um momento, um acontecimento e na foto documental, há um romantismo, é mais livre, conta uma história, tem uma continuidade”, esclarece.
por Bárbara Souza
(barbaraju82@hotmail.com)
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