O estado de Pernambuco vem sofrendo com os deslizamentos de terra ocasionados pelas fortes chuvas e pelas casas que foram construídas em locais inadequados. Em Alagoas a história se repete, são milhares de famílias desabrigadas que perderam tudo o que tinham. O estado de Sergipe colocou-se a disposição destes estados para prestar assistência às vitimas da chuva. De acordo com o comandante-geral Nailson Santos, do Corpo de Bombeiros, Sergipe enviou equipamentos e oficiais para Alagoas, Estado com a situação mais calamitosa. Mas o que será feito para prevenir se igual situação ocorrer em Aracaju, ou em cidades sergipanas?
Para Alagoas foram enviados pelo comando dos bombeiros: dez militares, compondo duas equipes de mergulho; três cães farejadores e mais três militares adestradores; dois botes infláveis de salvamento, com motor, rebocados por duas caminhonetes; seis equipamentos de mergulho completos com mais nove cilindros extras; e o compressor de ar para reabastecimento desses cilindros, informou o comandante-geral. Mas esse número ainda é muito reduzido comparado com a realidade nacional.
A situação dos dois Estados continua crítica, Sergipe se propõe em ajudar, mas no Estado também sofre com situações parecidas, como por exemplo, as chuvas do inicio do ano. Aracaju foi a segunda capital planejada do país. Todas as ruas foram projetadas geometricamente, como um tabuleiro de xadrez, também conhecido como tabuleiro de Pirro, em homenagem a Sebastião Basílio Pirro, engenheiro responsável pelo desenho de Aracaju. A perfeição geométrica com que Aracaju foi traçada, aparentemente delimitava seu espaço físico, mas não suas questões sociais. Estas questões logo demonstraram como é inadequada a idealização de uma cidade através de projetos elaborados sem um estudo prévio de características culturais da população, do clima e da região.
Aracaju idealizada como modelo de capital em pouco tempo tomava a face de uma legítima capital brasileira, com muitos problemas a serem solucionados. Muitos dos que vieram para cá a procura de uma melhor sorte, encontraram some o desemprego e as invasões como uma das únicas formas de moradia. A questão é que muitos desses problemas continuam sem solução e nem perspectivas de serem solucionados. Pela noite as ruas do centro de Aracaju se transformam em leitos para dezenas de famílias que não possuem teto, e o Estado nada faz para mudar essa situação.
Em vários pontos da cidade existem invasões e regiões marginalizadas, onde pessoas vivem em condições sub-humana. Enquanto várias famílias passam fomes na capital Sergipana , o Governo do Estado anuncia, através da defesa civil uma campanha de arrecadação de alimentos para os estados afetados. E pelos pobres e famintos dos bairros periféricos de Aracaju e do estado de Sergipe, quem os defende? Afinal no jogo de interesses políticos, é mais interessante, fazer boa imagem com medidas paliativas para o estados vizinhos do que solucionar os próprios problemas.
Problemas como os do Santa Maria,do Pantanal, da Piabeta, do Coqueiral, e de tantos outros bairros de Aracaju são divulgados sempre, e a sociedade aracajuana tem conhecimento dos problemas urbanos ocasionados principalmente pelas chuvas na capital. Esses bairros citados, também costumam ser cenário dos muitos crimes que estampam as páginas dos jornais. Bairros que cresceram de forma desordenada. Regiões essas, dominadas pela criminalidade e drogas, onde o descaso das autoridades está marcado nas ruas, sem saneamento, nas escolas depredadas; sem professores e nas pessoas sem perspectivas de mudança. O Governo de Sergipe só pode estar com hipermetropia , doença que se caracteriza pela dificuldade em enxergar o que está perto. Óculos urgente para nossos governantes!!!
Por Ivo Jeremias
Fotos:Blog Acontece em Sergipe
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