Comércio local diminui vendas no período de férias universitárias

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fonte: Pesquisa Equipe Contexto


As férias da Universidade Federal de Sergipe iniciarão, oficialmente, em 23 de julho e durarão 24 dias. Para os alunos, essa é uma temporada de descanso, diversão e lazer depois do sempre cansativo final de período. Mas para os comerciantes, prejuízo.



O Contexto Online conversou com 25 comerciantes de diversos estabelecimentos, dentro e fora da Universidade, incluindo os do terminal do Campus. Todos eles reclamaram da deficiência do comércio durante as férias. “Isso aqui vira um deserto. Se a gente não fecha, corre um sério risco de ser assaltado. Se o comerciante não tiver outra fonte de renda não consegue manter o negócio aqui”, afirma a senhora Isabel, proprietária da ‘Xerox X’.


“Sofrimento”, essa foi a primeira palavra que a senhora Giselda proferiu quando questionada sobre o que significava, para ela, o período de férias na UFS. Depois da resposta, a comerciante sorriu meio encabulada, talvez por achar incontida a sua sinceridade e, em seguida, explica: “Nós temos muitas dívidas a pagar. Não sabemos o que vamos fazer para cobrir esse prejuízo se as férias do final do ano durarem tanto quanto as do ano que passou”, lamenta.


Com reações outras, esse comportamento se repetiria na maioria dos comerciantes entrevistados. O senhor José Valtenis, proprietário da lanchonete Val Lanches, diz que “nos dias de recesso não têm quase ninguém para consumir. Eu já pedi para o fornecedor cortar 90% do pedido para o próximo mês”, explica. Como conclusão, Valtenis ainda sugere a nós do Contexto: “vocês deveriam fazer alguma coisa para mudar isso”.


É de conhecimento de todos que a Universidade não pára durante o período de férias. Os funcionários continuam na ativa, há sempre algum curso sendo ofertado durante esse período e alunos e professores que fazem pesquisa. Mas de acordo com Everton, funcionário do Cantinho da Salete, quitanda localizada entre as didáticas II e III, “mesmo assim não compensa. Eu não peço nenhum salgado e só abro de vez em quando. Quase ninguém aparece” diz ele.


No bairro Rosa Elze não existe sindicato ou associação de comerciantes. José Carlos, dono de sorveteria, diz que tenta “conquistar os moradores do bairro oferecendo bom atendimento e produtos que chamem a atenção”. Nesse momento Carlos sorri ao apontar para uma torta gelada que, de fato, parecia deliciosa, e continua: “mas os alunos são a vida do comércio daqui. Sem eles fica difícil”, argumenta.


Os donos de pontos de vendas no terminal do Campus também sofrem com o encerramento das aulas. O senhor Manoel Pereira vende churros e diz que 80% das suas vendas são afetadas. “Nesse tempo eu faço uma promoçãozinha: dois churros por um real”. Fica a açucarada sugestão para aqueles que freqüentarem a UFS durante esse período.


Por Thayza D. Machado
(dmthayza@hotmail.com)

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