Pirataria cresce e prejudica comércio nas locadoras de vídeo

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Com a ampliação das tecnologias e a compactação dos aparelhos, o consumo de vídeos e músicas fica cada vez mais rápido e barato. Segundo especialistas esta volatilidade do sistema proporciona ao cosumidor diferentes fontes de obtenção dos produtos, e um dos mercados mais atingidos com esta dinâmica é o de videolocadoras.

“Na sociedade em que estamos inseridos, devemos correr atrás é de preços mais baixos, e não de coisas originais com valores exorbitantes. Já comprei vários DVDS e CDs parecidíssimos com os originais”. Esta foi a afirmação da psicóloga, Ilda de Santana, 35, ao assumir os motivos que a leva a comprar DVD's e CD's piratas ao invés de locá-los em uma locadora. Segunda ela, o preço é o principal atrativo do produto.

Nesse sentido, o mercado de videolocadoras vem sofrendo uma redução drástica do número de estabelecimentos e da demanda de vídeos e músicas. Isso se deve ao fato de haver, na contramão do processo, uma elevação espantosa da reprodução e venda de DVDs e CDs piratas. Fazendo um recorte desta situação, a International Federation of the Phonografic Industry (IFPI), ipublicou uma pesquisa relatando que em 2009, a indútria da música mundial, sofreu um prejuizo de 30% devido a pirataria.

Os vendedores de objetos falsificados estão presentes em todos os lugares e carregam milhares de imitações. E mesmo com a existência da Lei 10.695, de 1 de Julho de 2003 que altera partes do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, acrescentando ao artigo 184, §4º, que ressalva que o comércio é terminantemente ilegal. Entretanto, a cópia pelo copista para uso próprio e sem intuito de lucro, do material com direitos autorais, não constitui crime. Ainda assim, eles burlam a Lei e continuam com a prática.

Muitas videolocadoras que ainda atuam no mercado não veem mais expectativas de lucrar nesse ramo. É o caso do proprietário da locadora LUVIDEO, situada na Av. Gasoduto, no conjunto Orlando Dantas, Lucival de Oliveira, 46 anos. Para ele, a redução de deste setor chega a 70%. “Aqui no meu bairro, teve uma época que tinham 11 locadoras. Hoje, estou praticamente sozinho e não tenho perspectiva de continuar e nem de crescer. Opero nessa fatia há 19 anos, e só permaneço nela porque não tenho funcionários e não pago aluguel. Além disso, me sinto triste ao ver autoridades adquirindo DVDs piratas”, afirma.

Sem embargo, muitos desses vendedores pertencem a classes sociais inferiores que, por vezes, não encontraram trabalho. Por este motivo, viram neste segmento uma possibilidade de ganhar dinheiro. De acordo com um vendedor ambulante, de 32 anos, que não quis se identificar por uma questão de segurança, a pirataria é a única forma que encontrou para conseguir pagar suas contas e amparar seus 3 filhos. “A pirataria deveria ser legalizada, pois só dessa forma posso sustentar minha família e arcar com minhas dívidas”, assevera.

Por Karina Garcia

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