Almir morou mais de 10 anos com seu pai Bispo. Durante toda a sua adolescência ajudava na padaria, sempre prestativo e muito trabalhador. Sua irmã por consideração Ilmara Cristina afirma que como qualquer adolescente, Almir também teve seus momentos de rebeldia. “As vezes dava ‘raiva’ porque o pouco que ele tinha sempre dava aos outros, sempre foi assim bondoso, sempre gostou de fazer caridade. Uma pessoa de confiança, honesto não era de arrumar confusão com ninguém”, se emociona Ilmara.
Aos 22 anos Almir saiu do Os Treze e foi morar na Vila da Miséria no bairro Siqueira Campos. Lá Almir daria início a um sonho. Começou a vender picolés nas ruas da Capital, e com o pouco que ganhava conseguia alegrar crianças distribuindo presentes e comida no dia das Crianças e no Natal. Mesmo com um passado repleto de obstáculos e com muita dificuldade Almir acreditava que podia fazer a diferença, que podia mudar pelo menos um pouco o dia a dia da vida de crianças carentes. E isso aconteceu de uma forma muito mais exultante.
Com uma pequena equipe de apenas 12 pessoas, Almir dirige a creche com a ajuda de sua ex-esposa Jacirene, hoje seu braço direito e mãe de seus dois filhos. Sem nenhum tipo de apoio governamental, a instituição oferece alimentação, higienização, alfabetização e lazer a 82 crianças com faixa etária de 0 a 6 anos. Além da disciplina dos funcionários, a creche ainda conta com a dedicação e a ajuda de voluntários da região. “O trabalho realizado por Almir é um exemplo a ser seguido por muitas pessoas”, afirma a educadora Cleiciane de Matos. Clauzenilda Alves, funcionária há 5 anos, descreve que quando Almir chega é uma festa, as crianças se divertem com sua presença.

Almir do Picolé esclarece que não aceita que ninguém vá aos semáforos pedir donativos no nome dele e alerta: “Nunca pedi para fazer isso e não aceito de jeito nenhum que façam usando meu nome”, elucida. Quando perguntado a Almir do Picolé quem seria seu exemplo de vida, ele afirma que como ele dona Etani Souza, de São Cristovão, que há pouco tempo também apareceu em um programa da Rede Globo, mãe de 52 filhos sendo 5 biológicos e 47 adotivos, é um dos grandes exemplos de esperança, de solidariedade e de amor ao próximo que ele já conheceu.
Almir Almeida Paixão, pessoa de aparência simples e humilde se torna um sergipano guerreiro e solidário na luta diária para manter e ampliar cada vez mais o seu trabalho social.
fotos: 1 e 2 Infonet; Adriana da Rosa e Samara Menezes (Contexto Online)
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