Cinema 3D proporciona novas experiências para público sergipano

quarta-feira, 17 de novembro de 2010



Quatro anos depois de o Cinemark Brasil ter inaugurado sua primeira sala para exibição de filmes em terceira dimensão em São Paulo, Sergipe recebeu também a tecnologia. A sala foi inaugurada no fim do mês passado no Shopping Riomar e é a única do estado pronta para a reprodução em 3D. A novidade supriu a demanda do público sergipano que se frustrava ao saber que enquanto em outros estados seriam reproduzidas cópias em 3D o cinema local estaria limitado a exibição tradicional.

Depois de filmes lançados com cópias em 3D, como Avatar, Alice no País das Maravilhas e Shrek Para Sempre, aumentavam as esperanças de que a partir dos próximos lançamentos a tecnologia já estaria disponível. A dúvida que resta agora é se as expectativas, que tiveram tanto tempo para crescer, foram correspondidas e se depois de um mês, ao perder o caráter de novidade, a audiência ainda concorda em pagar mais caro pela dimensão extra.

Aprovação

O estudante Elizângelo Ramos, do curso de Teatro da Universidade Federal de Sergipe (UFS), assistiu a primeira sessão especial que reexibiu Avatar, em 3D, no dia 29 de outubro. Segundo o universitário a sensação proporcionada modifica completamente a relação do espectador com o filme. “Há filmes em que a terceira dimensão é colocada na pós-produção e é apenas cósmetica. Nesses casos ela significa muito pouco e não vale a diferença de preço”, opina. “Já no caso de Avatar, que foi filmado com câmeras 3D, ela foi pensada desde o início para inserir o público naquele universo e acaba sendo uma experiência estética que muda completamente a leitura do filme”, afirma.

Segundo a auxiliar de dentista Daniela Santos a chegada da tecnologia a Aracaju era algo pelo qual ela esperava há muito tempo. “Nos últimos anos a gente via as salas serem inauguradas em vários lugares, e em Aracaju nada. Eu gostei muito de saber que nesse ponto não seremos mais tão atrasados”, conta Daniela que viu um filme em 3D pela primeira vez em Salvador. “Na época eu me encantei porque no filme tem muito mais coisas para você ver. A sensação é completamente diferente. Vale muito a pena inclusive porque o ingresso aqui é mais barato do que na maioria das outras cidades”, afirma.

O outro lado

A estudante de Educação Física Mayara Nascimento não divide da mesma opinião. Ela conta que esperava mais, por isso decepcionou-se um pouco. “Imaginava que a gente teria a sensação de estar no meio das cenas, mas na verdade o que muda mesmo é a noção profundidade”, diz a universitária. “O interessante é que eu assisti todos os filmes em 3D que passaram no cinema desde inaugurou aqui em Sergipe. Mesmo que não mude tanto assim a gente sempre fica achando que o 3D deve ser melhor que o normal e por isso acaba preferindo”, analisa.

A dona de casa Gisselma Menezes assistiu ao filme 'Garfiled 3D - Uma Super História Animal', mas não achou a experiência tão agradável quanto a filha de 11 anos que a acompanhava. “Ver o filme me causou um pouco de desconforto. Depois de algum tempo senti um mal estar difícil de explicar, uma leve tontura”, afirma. “Não cheguei a ficar com dor de cabeça propriamente dita, mas do meio para o fim do filme já não queria mais olhar pra tela. Tirei os óculos para ver se melhorava, mas sem eles a imagem fica turva. O fato de eu já usar óculos e ter que colocar os do cinema por cima também não ajudou”, conta.

A sensação sentida por Gisselma é algo que esteve presente nas exibições de filmes em 3D desde sua criação. Quando surgiu a tecnologia eram utilizados dois projetores, um para cada olho, e os famosos óculos que tinham uma lente azul e outra vermelha eram responsáveis por alinhar as imagens. Os enjôos e dores de cabeças vinham principalmente do desalinhamento dos projetores. A rede Cinemark hoje faz uso da tecnologia RealD que utiliza apenas um projetor, e assim minimiza esses incômodos.

O que se aponta hoje como causa para os sintomas é a forma como as pessoas asssitem aos filmes em terceira dimensão. Uma matéria divulgada no The New York Times sugere que as pessoas estão destreinadas para ver a terceira dimensão nos filmes e explica que os espectadores não devem olhar para partes da cena que estejam fora de foco. Segundo a publicação ao mesmo tempo em que olham para as coisas que “saltam” em sua direção, as pessoas tentam continuar olhando também para a superfíocie da tela, o que exige certo esforço e depois de algum tempo pode causar dor de cabeça, náusea, visão borrada e enjôo.

O funcionário público Luís Eduardo Mello confirma que a dor de cabeça e cansaço visual fizeram parte da sua experiência. Mesmo neste tipo de sala - equipada com uma aparelhagem mais atual - utlizada pelo Cinemark e assistindo um filme tão moderno e tecnológico como Avatar ele pôde evidenciar esses problemas. “Perceber tudo que está acontecendo na tela depois de um tempo cansa muito a visão”, conta. “Talvez seja a falta de costume e depois de algumas idas eu fique mais a vontade e me sinta melhor, mas se das próximas vezes a situação for a mesma vou preferir ir para às salas comuns”.

Por: Iuri Max
Editora: Taylane Cruz
Fotos: cinemark.com.br

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