Vagas ociosas chegam à metade das vagas oferecidas no Vestibular

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Entrada da Universidade Federal de Sergipe



 Estudar em uma universidade pública é o sonho da grande maioria dos jovens. E com o aumento de vagas e a criação de novos cursos, graças ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), milhões de brasileiros puderam voltar a sonhar. Porém, o mesmo programa mostra o quanto a Universidade Pública não anda “as mil maravilhas”. O número de vagas abertas para a transferência externa 2011/1 em todos os Campus da UFS, superou a marca de 2.241 mil vagas, mais da metade de vagas do Campus São Cristóvão e Saúde.

Para se ter vaga na transferência externa, é necessário que os alunos tranquem o curso totalmente ou abandonem a instituição, segundo as novas regras do Reuni. Na UFS, antes do programa do governo federal, a vaga só era aberta se o aluno desistisse do curso.


O Reuni trás espanto pelo  número de vagas ociosas que surgem a cada ano, um número justificado devido à quantidade de vagas ofertadas pelo vestibular, como explica o Vice-Reitor Prof. Dr. Angelo Roberto Antoniolli. “Realmente, para nós é espantoso o número de vagas ociosas, que serão ocupadas. Historicamente a nossa Universidade nunca esteve atenta ao final de um período de matrícula do nossos alunos sobre a ocupação das vagas, o número de desistência, quais são as motivações. Na verdade isso nunca foi um problema para a Universidade. E é bom lembrar que há quatro anos, nós tínhamos 2 mil vagas. É claro que o índice de desmotivação para continuar era até menor. Hoje, nosso vestibular oferece mais de 5.200 mil vagas, então evidentemente que a chance do indivíduo desistir por inúmeras motivações são muito maiores”.


Mas com a implantação do sistema de cotas na UFS, esse número tende a cair, pois as escolas estão procurando não apenas aprovar o aluno, assim como preparar o aluno para escolher bem o curso que deseja, e levando os alunos a conhecerem profundamente as instituições de ensino superior. “Os meninos têm conhecimento. Por exemplo, nós trabalhamos de forma alternada. Em um ano, nós trazemos os profissionais há escola, e no outro ano, nós fazemos a visitação as Universidades. Então fizemos a visitação às duas Universidades do nosso estado. E ai, cada um tirou as suas conclusões. Eles observam desde, o jardim que não é cuidado, onde o mato toma conta, a falta de material dos laboratórios. Então, são aspectos que eles quando retornaram da Universidade Federal de Sergipe, por exemplo, eles pontuaram, eles colocaram. Eles ouviram dos alunos, eles viram. Então eu acredito, que essas vagas não irão mais surgir por parte dos alunos da escola particular, uma vez que as vagas para estes alunos foram reduzidas a oportunidade pela metade, então será difícil que um aluno em san consciência queira abandonar a sua vaga” comentou o Coordenador de Ensino Médio do Colégio Salesiano, Mário Jorge Cruz.

Ao mesmo tempo em que a falta de estrutura da Universidade Federal de Sergipe assusta os futuros alunos da UFS, não é o problema principal para alunos que conseguiram sua vaga por meio da transferência externa, como é o caso da estudante de odontologia da UFS, Fernanda Thayná. “Decidi pedir transferência para UFS porque além de ter um diploma bem aceito no estado, ainda tem a comodidade de não pagar mensalidades. E não me arrependo de ter mudado de Universidade, só acho que a UFS deveria ter um critério de aproveitamento de disciplinas menos rigoroso”, declarou.

A suposta falta de estrutura da Universidade Federal de Sergipe está ligada ao problema de burocratização do Brasil, e por ser algo de domínio público, o mesmo deve ser construído de acordo com as demandas, como explica o Vice-Reitor Dr. Prof. Angelo Roberto Antoniolli,  “Quando você pensa em uma escola privada, ela primeiro monta toda a estrutura e depois ela abre a vaga para o aluno. Mas isso é uma estrutura de mercado. E aqui não, nos temos que construir junto. Por que junto? Porque nós temos que justificar a sociedade de que esse investimento é cabível. Eu não posso construir um mega laboratório e os professores que vão chegar aqui por meio de concurso, contratação. Eles não querem saber desse laboratório, porque querem fazer outra coisa. Então esse professor vai ter toda a liberdade de escolher a linha de pesquisa que quer desenvolver, qual o projeto que ele quer tocar. Então o Reitor simplesmente não pode mandar embora porque ele não se encaixa no nosso perfil, então é uma outra situação. Por isso que todas as dificuldades que nós temos, ela acaba sendo positiva para nós, por que? Porque uma Universidade é construída como um coletivo.” finaliza 



Por: Danilo Trindade 

Editora: Taylane Cruz


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