Classe C é alvo da expansão imobiliária em Aracaju

Reportagem por Verlane Estácio

Edição por Eloy Vieira

Além de atravessar uma fase de crescimento, a capital sergipana, vem passando por um processo denominado “boom imobiliário”. Devido à demanda por imóveis, Aracaju se expande rapidamente, e essa arrancada imobiliária também revela um novo fenômeno: o poder de compra da classe C. Esse público, que possui uma renda entre dois e dez salários mínimos, despertou o interesse das grandes construtoras e dos corretores, fazendo com que surgissem inúmeros empreendimentos voltados para este nicho.

Calçadão da 13 de julho é uma das áreas mais valorizadas na capital. Foto: Projenc

A região da Aruana, localizada na Zona de Expansão, é uma das que mais se destaca, principalmente pelo surgimento de grandes condomínios horizontais de alto padrão. São casas com cerca de 450 metros quadrados, que ficam somente a 15 minutos do centro.

Para o corretor de imóveis, Rodrigo Santos, outras áreas valorizadas também estão na zona sul. “Regiões como os bairros 13 de Julho, Jardins e o entorno do Parque da Sementeira são as mais caras da capital sergipana, nessa região é intensa a construção de novos empreendimentos”, comenta.

Aumento do poder de compra da classe C

Segundo pesquisa realizada pelo IBOPE aponta que 37% da classe C, planeja comprar um imóvel nos próximos meses. E isso quer dizer que 37 milhões de pessoas estão tentando realizar o sonho da casa própria. Esse novo fenômeno revela uma classe com poder de compra, que exige produtos com características de luxo a um preço acessível. Em Sergipe, imóveis voltados para esta classe já se destacam em algumas regiões do interior do Estado e em pontos na zona metropolitana de Aracaju.

Mulher inscrita no programa Minha casa, minha vida

Foto: jornaldacidade.net

Em seu blog, o consultor Carlos Machado, afirma que o Brasil possui uma classe emergente que ganha uma gama de incentivos. Dentre eles há os financiamentos habitacionais, os prazos de 30 anos para pagamentos, subsídios de até R$ 23 mil e até a redução à metade dos impostos usualmente devidos.

De acordo com a Associação Brasileira dos Dirigentes de Empresas da Indústria Imobiliária de Sergipe (ADEMI), a maioria dos imóveis destinados a classe C são financiados pelo governo, através do programa “Minha casa, minha vida”, ou em parcerias com construtoras da iniciativa privada.

Condições de financiamento

Feirão Imobiliário da Caixa. Foto: jornaldacidade.net

O programa do governo, “Minha casa, minha vida”, possibilita que famílias de baixa renda adquiram sua moradia própria, através do financiamento de casas ou apartamentos, com parcelas mínimas de R$ 50,00 ou de no máximo 10% de sua renda. Para participar do programa o indivíduo não pode ter um imóvel financiado ou quitado em seu nome, não pode ter usado o FGTS para financiamento de imóvel nos últimos cinco anos e deve ter o nome limpo no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Os imóveis podem ser quitados em até 30 anos e podem ser financiados em até 100% do seu valor.

Rafaela acabou de comprar sua casa. Foto:  Arquivo pessoal.

A comerciante Rafaela Almeida, que adquiriu uma casa, afirmou que apesar de haver muita burocracia na hora do financiamento, a chance de comprar um imóvel hoje em dia é bem maior. “Os planos de incentivo ao crédito oferecidos pelo governo possibilitam que muito mais pessoas comprem sua casa própria. Na hora de adquirir uma, procurei levar em conta certas condições como: a credibilidade da construtora, tamanho do imóvel e se as obras seriam entregues no prazo”, completa.

A capital sergipana só tende a expandir. Parcerias entre a iniciativa privada e o governo, além de consolidarem o estado como terreno fértil para novos lançamentos, trazem mais oportunidades para aqueles que desejam a tão sonhada casa própria. A estabilização econômica e as melhorias nas ofertas de crédito, bem como as quedas nos índices de desemprego foram cruciais para a expansão de mercado imobiliário sergipano.