Cólica menstrual intensa é problema de saúde

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Como você se sentiria se durante um breve período do mês sofresse de dores constantes a ponto de mal levantar da cama? A imensa maioria dos homens não saberia como e por que uma dor assim seria presente, entretanto grande parte das mulheres tem esse conhecimento. Uma vez por mês, a cólica menstrual atinge a maior parte das mulheres em idade fértil. Motivo de desconforto e, às vezes, de limitações das atividades cotidianas femininas. Os sintomas são dor na região baixa do abdômen, mal estar, náuseas e por vezes vômitos e diarréia. Por tais motivos, é indispensável que esse problema mereça uma devida atenção.

Para a estudante de Administração Ingrid Cavancante, de 21 anos, o problema é grave. Ela afirma que já teve de faltar a universidade várias vezes devido a cólica menstrual. “Digo que antigamente perdia quase uma semana de minha vida a cada mês”, conta. “Havia dias que mal conseguia ficar em pé. Sem contar a dor de cabeça e náusea que vinha com a cólica”, explica.
Dores fortes merecem atenção especial. Fonte: getty images


Popularmente conhecida como cólica menstrual, a disminorréia pode ser classificada como primária ou secundária. A distinção entre elas é importante para que  sejam tratadas de forma apropriada. A dismenorréia primária acompanha as mulheres principalmente na adolescência e tende a diminuir ou até desaparecer após os 20 anos. "Ela é mais comum nas adolescentes, porque a ovulação ainda é recente e os ovários estão em fase de adaptação", aponta a ginecologista Maria Fernandes do Centro Médico. A médica também afirma que outro fator que contribui para a maior frequência das cólicas nessa idade é a produção do nível de prostaglandina pelo útero, substância que provoca as contrações uterinas e, consequentemente, as dores. Segundo Maria, por ser o tipo de cólica menstrual mais comum, não há motivo para se preocupar. O uso de antiinflamatórios ou da pílula anticoncepcional são os métodos mais recomendados para o tratamento, pois possuem eficácia considerável na questão de combate às dores.

Uma atenção maior deve ser tomada quando a cólica é muito intensa, progressiva e aumenta durante o período de menstruação. Neste caso, a pessoa pode estar sofrendo da chamada dismenorréia secundária. Esse tipo de cólica geralmente ocorre alguns anos após a primeira menstruação e tem como causa outros problemas no sistema reprodutivo. Por essa razão, não se trata de apenas uma simples dor comum no ciclo menstrual. A disminorréia secundária está associada diretamente a alterações no útero, ovários, infecção pélvica, dentre outros fatores. "São cólicas que ocorrem porque a mulher é portadora de uma determinada enfermidade. O útero tem um mioma ou uma doença, uma endometriose. Ou, por exemplo, o útero está voltado para trás ou retrovertido. Qualquer coisa que dificulte a eliminação dos resíduos da menstruação e cause dor", diz a médica. O tratamento mais efetivo para a dismenorréia secundária é a identificação com exames específicos e complementares das causas da dor,sendo imprescindível a consulta a um médico ginecologista.



Repórter: Jovaldo Júnior
Editor: Ethiene Fonseca

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