Para a estudante de Administração Ingrid Cavancante, de 21 anos, o problema é grave. Ela afirma que já teve de faltar a universidade várias vezes devido a cólica menstrual. “Digo que antigamente perdia quase uma semana de minha vida a cada mês”, conta. “Havia dias que mal conseguia ficar em pé. Sem contar a dor de cabeça e náusea que vinha com a cólica”, explica.
Dores fortes merecem atenção especial. Fonte: getty images |
Popularmente conhecida como cólica menstrual, a disminorréia pode ser classificada como primária ou secundária. A distinção entre elas é importante para que sejam tratadas de forma apropriada. A dismenorréia primária acompanha as mulheres principalmente na adolescência e tende a diminuir ou até desaparecer após os 20 anos. "Ela é mais comum nas adolescentes, porque a ovulação ainda é recente e os ovários estão em fase de adaptação", aponta a ginecologista Maria Fernandes do Centro Médico. A médica também afirma que outro fator que contribui para a maior frequência das cólicas nessa idade é a produção do nível de prostaglandina pelo útero, substância que provoca as contrações uterinas e, consequentemente, as dores. Segundo Maria, por ser o tipo de cólica menstrual mais comum, não há motivo para se preocupar. O uso de antiinflamatórios ou da pílula anticoncepcional são os métodos mais recomendados para o tratamento, pois possuem eficácia considerável na questão de combate às dores.
Uma atenção maior deve ser tomada quando a cólica é muito intensa, progressiva e aumenta durante o período de menstruação. Neste caso, a pessoa pode estar sofrendo da chamada dismenorréia secundária. Esse tipo de cólica geralmente ocorre alguns anos após a primeira menstruação e tem como causa outros problemas no sistema reprodutivo. Por essa razão, não se trata de apenas uma simples dor comum no ciclo menstrual. A disminorréia secundária está associada diretamente a alterações no útero, ovários, infecção pélvica, dentre outros fatores. "São cólicas que ocorrem porque a mulher é portadora de uma determinada enfermidade. O útero tem um mioma ou uma doença, uma endometriose. Ou, por exemplo, o útero está voltado para trás ou retrovertido. Qualquer coisa que dificulte a eliminação dos resíduos da menstruação e cause dor", diz a médica. O tratamento mais efetivo para a dismenorréia secundária é a identificação com exames específicos e complementares das causas da dor,sendo imprescindível a consulta a um médico ginecologista.
Repórter: Jovaldo Júnior
Editor: Ethiene Fonseca
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