Por muito tempo ela foi caracterizada como ato de vandalismo e revolta. Vista como uma “pichação evoluída”, o graffitismo tem ganhado os espaços públicos. Seja em paredes, grandes avenidas, praças, viadutos, pontes ou escolas, a arte de grafitar já vem ganhando uma nova conotação, agora já é chamado ‘arte urbana’.
História do Graffitismo
As primeiras manifestações artísticas do homem remontam à Idade da Pedra, onde o homem primitivo deixava suas marcas através das pinturas rupestres, o qual utilizava à areia, o carvão, tintas extraídas de árvores e o sangue de animais. Depois, na Roma Antiga era comum se escrever manifestações de protesto em paredes de construções. É extamente deste hábito que vem o significado da palavra de origem latina ‘grafite’: escritas feitas com carvão.
Seu aparecimento na Idade Contemporânea se deu primeiramente na França no ano de 1968 com as manifestações estudantis. Dois anos depois jovens americanos começaram a deixar suas marcas nas paredes das casas, mas com a técnica do spray. O grafite se ligava ao Hip Hop e às formas de expressão daqueles que sofrem algum tipo de opressão.
Uma das principais obras de Chagas marca presença na Avenida Ivo do Prado (Centro). Foto: André Chagas |
Graffitismo como Arte e Profissão
O grafite, diferentemente da pichação, é uma forma de arte, por isso mesmo, já tem sido desenvolvido em muitos projetos escolares. A estudante do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Sergipe, Gabriela Silva, desenvolveu um projeto de extensão no Colégio Estadual Ministro Petrônio Portela, localizado no conjunto Augusto Franco. Com o projeto, os alunos puderam aprender sobre o grafite e colaborar com a reforma de sua própria escola. “Quando eu cheguei à escola, percebi muitas paredes e quadros pichados, porém, o que mais me chamou a atenção foi que os alunos tinham jeito com traços e formas. Foi quando eu desenvolvi um projeto com grafite que deu muito certo. Muitos alunos se identificaram”, relata.
Grafitagem também na escola. Oficina de grafite já é ensinada para ajudar na conscientização de jovens. Foto: Mairon Hothon |
Outro projeto que Gabriela participou foi o Projeto ‘Beco dos Cocos’, onde a Prefeitura de Aracaju financiou uma reestruturação do local. Localizado entre os mercados municipais e a Praça General Valadão, o Beco dos Cocos foi considerado como reduto boêmio e local de prostituição. Hoje, suas paredes foram todas pintadas pelo grafite.
André Chagas, um dos maiores nomes do grafite no estado. Foto: Mairon Hothon |
Os Benefícios do Grafitismo
A prática do graffitismo está ajudando muitos jovens aracajuanos a se desenvolverem e a tornar antigos locais pichados em locais com arte urbana. Um exemplo disso vem do jovem Jamerson Santos que está aprendendo sobre o grafite através de uma oficina oferecida pelo André Chagas, na Escola Estadual Professor Francisco Rosa, localizado no bairro Bugio.
Jamerson está aprendendo a técnica do desenho e de harmonia das cores. “O grafite está sendo muito bom para mim, estou tendo uma oportunidade de aprender o que é correto, desenvolvo a paciência, pois leva tempo para se fazer uma arte”.
Angélica Rocha (Emurb) fala sobre o grafite nas ruas. Foto: Mairon Hothon |
Parafraseando o artista plástico alemão Paul Klee, “A arte não reproduz o que vemos. Ela nos faz ver”. É através do graffitismo que a arte pode ser expressa, que jovens encontram um caminho alternativo e nossa cidade pode torna-se mais bonita e colorida com essa modalidade de arte urbana.
Veja também:
www.graffit.org.br (Site brasileiro especializado em grafitagem)
Dos Grafiteiros de Pompéia aos Pichadores Atuais
Reportagem e fotos por Mairon Hothon
Edição por Eloy Vieira
Reportagem e fotos por Mairon Hothon
Edição por Eloy Vieira
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