Zombie Walk promove a manifestação das diferenças

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

 Foi realizada no último sábado, 27, a segunda edição do Zombie Walk Aracaju. O evento foi promovido pela primeira vez em Sergipe no ano passado, mas ocorre há cerca de sete anos em diversas cidades do mundo. O intuito é reunir em uma caminhada amantes dos filmes de terror e das histórias de zumbis em geral. Os cerca de 80 participantes fantasiados e maquiados como mortos-vivos chamaram a atenção de aracajuanos e turistas na Orla de Atalaia.

 Algumas fantasias são mais elaboras e começam a ser pensadas e produzidas com grande antecedência. A maquiagem pode se restringir a algumas manchas de sangue artificial ou ser elaborada com técnicas que imitam cortes e feridas em decomposição. Para os mais minuciosos o processo é longo e por isso chegam cedo à concentração. A caminhada teve início por volta das 16h30, mas às 14h30 alguns participantes já se reuniam em frete ao Restaurante e Casa de Forró Cariri para iniciarem a preparação.
Evento reúne cerda de 80 participantes. Foto: Iuri Max  


 Os zumbis saíram da concentração no fim da tarde e inicialmente percorreram a passarela do caranguejo, despertando a curiosidade e interagindo com os clientes dos bares e restaurantes. Foram ao terminal da Atalaia, com direito a parada para lanche na loja de conveniência de um posto de gasolina próximo, onde mais pessoas se espantavam com a situação inusitada. Depois voltaram à orla e seguiram por toda sua extensão, na direção do farol, e regressaram até a região dos lagos, onde a caminhada chegou ao fim.

 A Orla de Atalaia foi escolhida para esta edição por ser um pontos da cidade com maior fluxo de pessoas durante o fim de semana. Segundo Leonardo de Matos, coordenador do evento, a motivação para criar e participar da caminhada é a diversão, mas chamar a atenção do maior número de pessoas possível também é um dos interesses principais. “O melhor momento para a realização do Zombie Walk seria na manhã de sábado no centro, mas como precisamos de certo tempo para nos arrumar, ele tem que acontecer a tarde, e neste horário o centro fica vazio”, diz Leonardo. “Analisamos a orla como o segundo lugar mais movimentado da cidade e por isso decidimos fazer aqui”, explica.
Os zombies passeiam pela orla. Foto: Iuri Max

Expressão

 A estudante de Áudio Visual Priscila Reis diz que não pôde participar da caminhada no ano passado, mas que tinha muita curiosidade de conhecer e por isso não perdeu este ano. “Na internet a gente vê os Zombie Walks em outros estados e países e eles são muito interessantes. Lógico que também quero curtir, mas o motivo principal para eu participar era saber como é”, conta. “Como ainda não conhecia de perto, este ano eu não quis vir muito melada, inclusive porque volto para casa de ônibus, mas ano que vem eu pretendo participar com uma produção maior”, anuncia a universitária.

 Entre chacotas, risos e sustos de quem os via, os jovens aracajuanos demonstraram o quanto podem ser divertidas as brincadeiras mais estranhas. O turista austriliano Lannes Bandeira elogiou a iniciativa por ser uma forma de expressão diferente e pacífica. “Eu já viajei por vários países e essa foi a primeira vez que tive a chance de ver um Zombie Walk. Eu acho a idéia muito legal porque qualquer manifestação cultural quando promovida por uma comunidade que se organiza em torno da integração e da paz é muito válida”, afirma o engenheiro que passa as férias no Brasil.
Turistas aprovam o evento. Foto: Iuri Max.


A panamenha Medelka Solis também aprovou o evento. “O que eu achei mais interessante é que esses jovens estão muito felizes com o que estão fazendo. Muitas vezes a gente pode achar que só os nossos gostos são aceitáveis e chegar a ver com maus olhos as inclinações dos outros”, analisa a professora de dança que hoje mora na Bahia.  “A diversão evidente nesses jovens expõe o quanto a diversidade de escolha vai além de nós mesmos. Eu fico contente de ver que as pessoas tem espaço para mostrar de forma pública seus interesses mais foras do comum”, declara.

Repórter: Iuri Max
Editor: Ethiene Fonseca

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Contexto Online | by TNB ©2010