Sergipanos aderem à onda das compras coletivas

Em 2008 nos Estados Unidos, surge um novo conceito de consumo e de negócio: Os sites de compra coletiva.Essa nova proposta de comercio está dando muito certo no Brasil, e Sergipe não está de fora disso. Aqui no estado, este tipo de atividade vem crescendo, mas muitas pessoas ainda não sabem muito bem como elas funcionam.

A compra coletiva consiste em uma espécie de parceria entre o estabelecimento e o site, onde é lançada a oferta de produtos e serviços com desconto por um tempo limitado. Em Sergipe a febre das compras coletivas está crescendo vertiginosamente, os primeiros sites apareceram por aqui ano passado e só neste ano vários surgiram. Atualmente já somam 18 site ativos e 5 inativos.

Sites de compras coletivas em Aracaju

Funcionamento

Para a oferta ser ativada é preciso um número mínimo de compradores, para o desconto compensar para ambas as partes. Em alguns sites é preciso que o cliente faça um cadastro para comprar. Após o cadastro, o cliente compra, imprime o comprovante e apresenta no local, para se obter mais credibilidade, os sites se utilizam do serviço do Pagseguro, um sistema que realiza as transações de pagamentos dos cartões de crédito.

Foto: Arquivo pessoal

Tiago Melo, gerente de mídias sociais do Alguns Trocados
Foto: Arquivo pessoal

O lucro do site é garantido pela comissão de venda acordado com o estabelecimento que anuncia, esta comissão pode variar de 30% a 40% de cada compra feita. Já a empresa não visa o lucro propriamente dito, mas sim, uma maior visualização social, ou seja, utilizam este tipo de site para promover a empresa. “Nós mostramos aos parceiros qual é o verdadeiro objetivo dos sites de compra coletiva que não é fazer dinheiro em caixa, e sim um tipo mídia, que irá utilizar essa publicidade para fortalecer a sua marca”, reitera Tiago Melo, gerente de mídias sociais do site sergipano Alguns Trocados.

As pequenas empresas locais concorrem diretamente com as de nível nacional, mas garantem que é possível se destacar apostando em ofertas e publicidade diferenciada.“O diferencial do nosso site é o nosso alcance nas mídias sociais, temos um equipe só para as mídias sociais...Fomos o primeiro site sergipano a ofertar ingresso para o teatro, e obtivemos muito sucesso”, afirma Tiago Melo Mesmo assim, para Sueli Bacelar, especialista em compras coletivas, o cenário sergipano de compras coletivas ainda não é estável, muitos sites podem surgir ou fechar ou simplesmente "ficarem inativos".

Sueli Bacelar, especialista em compras coletivas
Foto: Arquivo pessoal

Para ela, a alguns sites ainda demonstram falta de estrutura e amadorismo pois muitas vezes só possuem uma oferta por semana enquanto os sites nacionais de grande porte chega a ter ofertas em todo Brasil. Além disso, as ofertas nos sites sergipanos ficam muito tempo no ar, perdendo assim um grande fator primordial para as compras coletivas, a compra por impulso. Outra carência pode ser detectada em alguns estabelecimentos que não se planejam para receber os consumidores das ofertas anunciadas nos sites. “Já comprei oferta de um buffet de um restaurante no domingo, que foi lançado em dois sites ,teve mais de mil ofertas vendidas e acabou ficando superlotado. Acabou sendo ‘um tiro no pé’”, revela Sueli.

Geralmente, os jovens são os principais clientes, por isso, Sueli ainda afirma que boa parte da divulgação diária é feita pelas redes sociais. “Não existe um trabalho de divulgação em outras mídias como rádio, TV, por isso, os públicos dos sites está reduzindo”, explica a especialista.O Peixe Urbano vêm fazendo uma campanha publicitária na TV, que explica como funciona as compras em rede, e utiliza como garoto-propaganda o apresentador Luciano Huck, não só para conquistar novos públicos, mas para agregar credibilidade ao site.

Regulamentação

Há um projeto de Lei (Lei de nº 1232/2011) que tramita na Câmara dos Deputados que propõe a regulamentação dos sites de compra coletiva com regras gerais estabelecidas, Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e posição de pessoa jurídica. Esta lei só reafirma que as compras coletivas vem se consolidando até em cidades que estão se desenvolvendo como Aracaju e assim fomentam cada vez mais o comércio sergipano.

Repórter: Mariana Viana

Editor: Eloy Vieira