O hobby já é popular. Quase todo condomínio ou salão de jogos de clubes tem uma mesa do famoso ping-pong. No entanto, o que começa como uma brincadeira pode levar para o seu lado profissional: o tênis de mesa. O esporte, presente em Sergipe há pouco mais de 30 anos, teve sua terceira edição de campeonato estadual no fim de semana de 21 e 22 de maio e as competições – assim como cenário do mesatenismo - nunca foram tão acirradas.
A competição estadual, organizada pela Federação Sergipana de Tênis de Mesa (FSTM) em parceria com a Academia Sergipana de Tênis de Mesa (ASTM), tem como objetivo principal definir o ranking do Estado e, a partir daí, peneirar aqueles que poderão representar Sergipe pelo Brasil a fora. “A competição não é dividida por idade nem gênero sexual”, explica Guido Borges, presidente da Federação e dono da Academia Sergipana de Tênis de Mesa. “Tudo transcorre pelo nível técnico”, complementa.
A maior prova de que o talento e o esforço do treinamento são os artifícios que levam os competidores ao topo, independente de idade, é o caso de Vilton Neto de 14 anos. O garoto, considerado uma promessa por muitos dos mesatenistas do Estado, já compete frente a frente com os jogadores mais velhos na categoria mais avançada. “Eu participo de competição há três anos”, conta Vilton. “Meu objetivo é ser o primeiro lugar. Do Estado, do Brasil”, afirma o garoto, esperançoso.
Não é ping-pong
Apesar das semelhanças com a brincadeira do ping-pong, o tênis de mesa é bastante profissional. Jogo olímpico, contou, só em Sergipe, com cerca de 75 atletas inscritos para a terceira edição do campeonato sergipano. Tal fato atesta o crescimento na procura pelo esporte que tanto se assemelha ao jogo de passatempo. Além disso, as divergências que os praticantes encontram assim que começam a treinar tênis de mesa vão além da seriedade de uma prática com regras.
“O mesatenista já ganha de qualquer ‘ping-pongueiro’ nas técnicas e nos efeitos”, entrega Guido. Segundo o presidente, um dos fatores que também influenciam nos efeitos de jogadas mais caprichados é o próprio material. “A borracha é diferente, a raquete é diferente. Tudo isso conta para diferenciar os dois. Aliás, podemos dizer que o ping-pong está para a pelada assim como o tênis de mesa para o futebol”, sintetiza.
A brincadeira do ping-pong está longe da competitividade do campeonato A evolução do esporte Para muitos mesatenistas, o aumento do número de pessoas que estão se interessando pelo tênis de mesa é uma conseqüência da criação da Academia Sergipana de Tênis de Mesa, voltada apenas para o esporte. Segundo Guido Borges, um espaço voltado apenas para a prática do tênis de mesa é importante principalmente porque serve de apoio a todos que pretenderem participar. “Por exemplo: quando um garoto sai do colégio que antes o apoiava e o fornecia toda a estrutura para praticar, ele pode vim à Academia que continuará tendo o mesmo suporte”, demonstra. Os praticantes são os que mais podem atestar o fato. Marcus Nascimento, novo líder do ranking – resultado obtido do recente campeonato –, é um exemplo. Começou a praticar há oito anos quando ainda era estudante do colégio Arquidiocesano. Hoje, compete pela ASTM. “O resultado já está sendo percebido até fora do Estado. Temos colegas de Maceió, por exemplo, que ficam perplexos com a evolução de Sergipe”, conta Marcus. O Academia foi criada por Guido Borges e tal esforço é reconhecido pelos atletas novos e veteranos. “Nós temos três anos de Academia, mais ou menos”, relata Luiz Xavier, mesatenista há 25 anos. “A mudança no cenário do tênis de mesa, em Aracaju, foi bastante perceptível”, opina. Segundo Luis, antes, as únicas opções para treino eram os clubes e escolas que nem sempre fornecem a estrutura necessária para a prática do esporte. O futuro Atletas como Vilton Neto – citado no início da matéria – e outros garotos e garotas que estão enveredando no tênis de mesa são o que pode se aguardar do futuro desta prática esportiva. Mesmo sendo um esporte individual, o mesatenismo incentiva o trabalho em equipe – tanto nas competições por grupo quanto no apoio de um atleta ao outro –, a determinação, a garra e sim, faz bem ao corpo. De acordo com Guido Borges, além de uma prática saudável que estimula os músculos, o tênis de mesa ainda é mais seguro que outros esportes similares – o tênis, por exemplo – por ser uma prática de menor impacto às articulações. “É um esporte como qualquer outro. Estimula a flexibilidade, a movimentação, um gasto físico em geral”, destaca. Acredita-se que numa partida de tênis de mesa possa se gastar até 310 calorias.
Pódios e vitórias O 3º Campeonato Sergipano de Tênis de Mesa formou novos campeões e destaques. Dividida em seis categorias (A,B,C,D, E e Base), a competição não só decide os vencedores como também define quem sobe e desce em cada um dos grupos. Na competição dos últimos dias 21 e 22, Marcus Nascimento da categoria A – a mais disputada –, que antes ocupava o 2º lugar geral do ranking, subiu para o 1º lugar por sua vitória sobre Murilo Souza - que é seu colega de equipe da Academia. Na categoria B, a vitória ficou com Daniel Valadão (ASTM) em cima do veterano Carlos Cavalcante (Clube da Petrobras – CEPE). Na C, a vitória ficou com Pedro Camurugi (Colégio Amadeus), na D com Charlton Almeida (ASTM) e na E com Caio Resende (Colégio Salesiano). Já na categoria Base, os novatos se surpreenderam com o talento de Luzianne Divino (Colégio Arquidiocesano) que bateu todos os concorrentes do grupo que competia. E é com surpresas e desafios que o tênis de mesa continua caminhando em Sergipe. Apoios como os da Secretaria de Estado do Esporte e do Lazer (SEEL), da Aracaju Table Tennis, da Butterfly Aracaju e da FUNCAJU – que deram suporte ao evento – são de vital importância para que o caminho permaneça sólido. O resto é por conta dos atletas sergipanos e interessados que fazem, cada vez mais, o esporte se distanciar de uma prática “só de brincadeira”.
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Repórter: Maria Luiza Bastos
Fotos: Maria Luiza Bastos
Fotos: Maria Luiza Bastos
Edição: Adler Berbert
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