Núcleo de Estudos Afro- Brasileiro da UFS promoveu seminário sobre cotas, diversidade cultural e religiosa

domingo, 12 de junho de 2011


Com o intuito de discutir e situar alguns aspectos da tendência de adoção de políticas específicas para jovens, de leis que normatizem o ensino da história e da cultura afro-brasileira que visam dar uma nova dimensão ao combate às desigualdades e discriminações raciais nas políticas públicas brasileiras, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) e o Programa de Ações Afirmativas (PAAF) da UFS organizaram um seminário entre os dias 31 de maio e 2 de junho de 2011.

Foram abordadas questões relacionadas às políticas de ações afirmativas, sobre o ensino da história da África e a diversidade da cultura afro-sergipana e as perspectivas dessas ações no ambiente acadêmico, gerador e fomentador de debates acerca do lugar das universidades na luta contra o preconceito e a discriminação étnico-racial.

Público presente no evento.


Na primeira mesa de debates, com o tema ‘Ações Afirmativas, Juventude e Educação’, foi traçado um panorama das políticas públicas para a juventude na área de educação. Foi ressaltada a implantação das políticas de cotas nas Instituições de Ensino Superior (IES). Participaram dessa mesa os palestrantes Prof. Dr. Paulo Neves (NEAB-UFS), Prof. Dr. Frank Marcon (NEAB-UFS) e a  Profª. Dra. Maria Batista (NEAB-UFS), todos criadores do Projeto de Ações Afirmativas na UFS.

No segundo dia de debates os participantes discutiram ‘História e Cultura  Afro-Brasileira’. Foram enumerados vários motivos para a ausência de uma legislação educacional que garantisse a presença dessa disciplina nas grades curriculares. Fizeram parte dessa mesa os professores Prof. Dr. Hippolyte Brice Sogbossi (NEAB-UFS), Prof. Dr. Petrônio Domingos (UFS), Profª. Drª Jeane de Cássia Nascimento Santos (UFS). 

Wellington Bonfim (NEAB-UFS), Cientista Social Marta Sales (NEAB-UFS), Pedagoga Givalda Bento (Secretária de Inclusão Racial de Laranjeiras)
 
Já a terceira mesa de discussão teve como foco o tema ‘Diversidade Cultural Afro-Sergipana’. Foi esboçado um trajeto histórico sobre a diversidade religiosa vindas do continente africano. Prof. Ms Wellington Bonfim (NEAB-UFS), Cientista Social Marta Sales (NEAB-UFS), Pedagoga Givalda Bento (Secretária de Inclusão Racial de Laranjeiras) compuseram a mesa.

Quem participou do evento classificou como positiva a iniciativa do NEAB. Foi o caso do acadêmico do curso de Artes Visuais Wendel Salvador, que considerou os debates bastante apropriados: “Este seminário despertou o desejo de aprofundar os estudos sobre a temática. Tanto a cultura afro-brasileira quanto as políticas de cotas podem gerar discussões que minimizem ou acabem com as desigualdades sociais e com o preconceito”, destacou o estudante. 

 Prof. Ms Wellington Bonfim (NEAB-UFS)
Para o Professor Wellington Bonfim, a historiografia oficial tende a naturalizar o fenômeno da escravização dos negros vindos da África e trazemos isso conosco até hoje. “Há um equivoco terminológico: os negros não foram escravos, mas escravizados. E isso é preciso corrigir através de políticas públicas de estado capaz de corrigir tais distorções sociais e emancipar de fato os afro-descendentes”, enfatizou o professor.

Segundo a Professora Gicélia Mendes, Coordenadora de Assistência Estudantil da Pro - reitoria de Assuntos Estudantis, não foi feito ainda nenhum levantamento sobre os impactos do ingresso dessa nova demanda nas políticas de assistência estudantil da UFS. “Não fizemos nenhum levantamento a esse respeito. Mas temos sinais que o perfil do estudante está mudando em várias graduações”, informou.

Os primeiros documentos existentes na UFS a respeito do projeto de implantação das políticas de Ações Afirmativas foram elaborados em 2008 pela Comissão de Permanência do NEAB/PAAF. Com o título Programa de Ações Afirmativas da Universidade Federal de Sergipe – PAAF,  o documento traz o esboço do que seria o projeto final. Outro documento, feito mais recentemente pelos professores Arivaldo Montalvão Filho e Neilza Barreto Oliveira, ex-gestores da Pro - reitoria de Assistência Estudantil possui as primeiras impressões da implantação das cotas na UFS.

Reportagem e fotos: José Leidivaldo
Editor: André Teixeira

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