Os brinquedos já não são mais os grandes atrativos na vida da estudante Luana Neto (10) que, já nos seus primeiros anos de vida, resolveu aposentar as bonecas e as brincadeiras de roda para dar lugar aos salões de beleza e às vitrines de lojas. “Desde os 4 anos, minha filha usa salto, pinta as unhas, usa maquiagem e vai ao salão de beleza escovar o cabelo”, pontua a dona de casa Eliene Silva, mãe de Luana. O caso da estudante não é isolado. Além dela, milhares de crianças brasileiras estão, cada vez mais, desenvolvendo a vaidade precoce. Esses brasileirinhos, hoje, fazem parte de um grupo de meninos e meninas que estão “pulando” a fase infantil para aderir aos costumes que, até então, eram comuns a adolescentes e adultos. A culpa para este tipo de comportamento, na maioria das vezes, é dos pais ou da própria natureza da criança?
A estudante Luana Santos (Foto: arquivo pessoal) |
A psicóloga Aparecida dos Santos (Foto: arquivo pessoal) |
Mas se existe mães que fomentam a vaidade precoce, há também aquelas que, apesar de não seguirem à risca os aconselhamentos da psicóloga, ainda tentam estimular o lado infantil das crianças. A professora Marluce Fonseca, mãe de Jaíne Silva (10), é um exemplo disso. Ela conta que, desde os 8 anos, percebeu que sua filha já queria se vestir como adulto, porém, não permitiu que isso acontecesse. “Acho que Jaíne deve viver e aproveitar com toda intensidade a fase de criança. Tentei ocupá-la com brincadeiras criativas, aulas de dança, próprias para crianças, e natação”, comenta Marluce.
A mãe de Jaíne a ocupou com diversas atividades (Foto: arquivo pessoal) |
Aparecida destaca que, para prevenir a vaidade precoce, é necessário que as brincadeiras sejam estimuladas na vida da criança, visto que essas oferecem uma melhor visão de mundo ao pré-adolescente, e o deixa mais experiente e pronto para enfrentar situações diversas. “Brincar faz muito bem, desenvolve o mundo da fantasia, os aspectos físicos, mentais e emocionais e é dessa maneira que ela aprende a conviver e a aceitar a fase a qual está passando”, finaliza a psicóloga.
Repórter: Mayana Macedo
Editora: Monique Garcez
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