Crianças deixam de brincar para se preocupar com vaidade

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Os brinquedos já não são mais os grandes atrativos na vida da estudante Luana Neto (10) que, já nos seus primeiros anos de vida, resolveu aposentar as bonecas e as brincadeiras de roda para dar lugar aos salões de beleza e às vitrines de lojas. “Desde os 4 anos, minha filha usa salto, pinta as unhas, usa maquiagem e vai ao salão de beleza escovar o cabelo”, pontua a dona de casa Eliene Silva, mãe de Luana. O caso da estudante não é isolado. Além dela, milhares de crianças brasileiras estão, cada vez mais, desenvolvendo a vaidade precoce. Esses brasileirinhos, hoje, fazem parte de um grupo de meninos e meninas que estão “pulando” a fase infantil para aderir aos costumes que, até então, eram comuns a adolescentes e adultos. A culpa para este tipo de comportamento, na maioria das vezes, é dos pais ou da própria natureza da criança?

A estudante Luana Santos (Foto: arquivo pessoal)

A psicóloga Aparecida dos Santos
(Foto: arquivo pessoal)
Segundo a psicóloga Aparecida dos Santos, a vaidade precoce é influenciada pelos meios em que a criança vive, como por exemplo, as relações familiares e os círculos de amizade na escola. “Dependendo das percepções que a criança consegue ter do mundo que a rodeia, e das suas relações com outros meios de convivência, ela pode se desenvolver precocemente”, pontua a psicóloga. Ela ainda destaca que os pais devem estimular as crianças com brincadeiras criativas quando perceberem que a criança está tendendo a ser vaidosa cedo demais.

Mas se existe mães que fomentam a vaidade precoce, há também aquelas que, apesar de não seguirem à risca os aconselhamentos da psicóloga, ainda tentam estimular o lado infantil das crianças. A professora Marluce Fonseca, mãe de Jaíne Silva (10), é um exemplo disso. Ela conta que, desde os 8 anos, percebeu que sua filha já queria se vestir como adulto, porém, não permitiu que isso acontecesse. “Acho que Jaíne deve viver e aproveitar com toda intensidade a fase de criança. Tentei ocupá-la com brincadeiras criativas, aulas de dança, próprias para crianças, e natação”, comenta Marluce.

A mãe de Jaíne a ocupou com diversas atividades (Foto: arquivo pessoal)

Aparecida destaca que, para prevenir a vaidade precoce, é necessário que as brincadeiras sejam estimuladas na vida da criança, visto que essas oferecem uma melhor visão de mundo ao pré-adolescente, e o deixa mais experiente e pronto para enfrentar situações diversas. “Brincar faz muito bem, desenvolve o mundo da fantasia, os aspectos físicos, mentais e emocionais e é dessa maneira que ela aprende a conviver e a aceitar a fase a qual está passando”, finaliza a psicóloga.

Repórter: Mayana Macedo
Editora: Monique Garcez

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