Quantidade quer dizer qualidade?

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Por Victor Bruno
O assunto é polêmico, porém está prestes a ser validado. O aumento de 800 horas anuais na carga-horária de todas as escolas do país para 960 já foi aprovado pelo Senado e só falta passar pela Câmara de Deputados. Entretanto, os 200 dias letivos não poderão sofrer alteração. Isso quer dizer que as escolas, públicas e particulares, deverão aumentar o tempo durante os dias de aula ou adicionar períodos integrais ao longo da semana para que a exigência seja cumprida.
Fonte: Google Imagens
 E não é só isso. Assim que a Câmara aprovar o projeto de Lei, as escolas só terão dois anos para se adequar à exigência. Parece ser muito, mas não é. Muitas instituições de ensino não estão adequadas para essa mudança. É o caso da Escola Estadual Monteiro Lobato. Segundo a diretora do colégio, Suely Tavares, se o projeto fosse posto em prática hoje, o “Monteiro não teria condições de seguir as exigências, pois já existem muitas dificuldades no quadro atual e dizer que 160 horas a mais não seriam problema é, no mínimo, uma irresponsabilidade. Além disso, não acho que um tempo a mais dentro da instituição seja necessário, pois qualidade não quer dizer quantidade”.
 Mas nem todo mundo pensa assim. Existem professores que vêem essa situação com outros olhos. É o caso da professora de português, Rita de Cássia, que aceita parcialmente o Projeto de Lei, desde que haja um preparo que anteceda sua aplicação. “Acredito que tudo que vier a gerar benefícios ao aprendizado do aluno seja bem vindo. Contudo, apenas aumentar a carga horária não se torna tão eficiente, caso outra medidas não sejam tomadas no conjunto ensino – aprendizagem. Professores precisam ter melhor preparo e melhores condições de trabalho. Sem isso de nada adiantará horas e horas de convivência na comunidade escolar” – conclui.
Fica evidente que o projeto ainda precisa ser muito debatido para que haja um acordo entre as partes. No entanto, o ponto que não pode deixar de ser levado em conta é que a qualidade da educação deve ser encarada como a essência de qualquer decisão final, seja ela com mais ou menos horas de aplicação.

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