Aracaju participa da 6ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A mostra disponibiliza sessões de audiodescrição para deficientes visuais


Cinemark, Shopping Jardins
A mostra de Cinema e Direitos Humanos que está em cartaz desde o dia 31 de outubro até 10 de novembro de 2011, em todas as capitais brasileiras, trouxe um leque de filmes que abordam diversas questões sobre os Direitos Humanos em todas as suas vertentes. Na capital sergipana, a grande novidade deste ano ficou para os deficientes visuais que tiveram a oportunidade de participar das sessões de audiodescrição, que aconteceram nos dias 03 e 04, no Cinemark do Shopping Jardins.


Estudante Jonathan com aparelho de áudio


Ainda pouco conhecidas, as sessões de audiodescrição contam com o auxílio da narração das cenas dos filmes nos intervalos entre as falas dos atores, ou seja, são descrições detalhadas da cena, relatos do ambiente visual, da cores das roupas e feições dos personagens, permitindo que os portadores de deficiência apreciem toda a trama.  Antes da sessão do dia 04 de novembro, que contou com a participação de 64 espectadores entre crianças e adultos, as pessoas com deficiência visual receberam um pequeno aparelho receptor de áudio, com fone de ouvido e uma folha em braille. Já os acompanhantes e o público em geral receberam uma faixa na cor preta para vendar os olhos e o aparelho receptor de áudio para poder apreciar com mais realismo a sessão audiodescritiva.




       Em depoimento, o coordenador de Políticas para Deficientes Visuais da Secretaria de Direitos Humanos, Jossivaldo Silva de Jesus, que teve a visão perdida aos três meses de vida, ressaltou a importância do evento para todos os deficientes visuais do estado e, principalmente, para as crianças que participaram da sessão. “Eles tiveram a oportunidade que eu nunca tive. No geral, eu nunca estive no cinema, a primeira vez foi na abertura do evento no dia 31 de outubro, e meu companheiro de trabalho Val narrou o filme para mim”, revelou.


Problemas
Apesar dos esforços de todos os envolvidos com o Festival, houve alguns problemas técnicos durante os dois dias de apresentação das sessões de audiodescrição. No primeiro dia, os participantes não receberam os aparelhos de áudio; no segundo, a exibição do filme Diário de Uma Busca começou com atraso de 30 minutos e foi cancelada no meio da apresentação, pois o recurso da audiodescrição não estava funcionando. Em substituição ao Diário de Uma Busca foram exibidos os dois curtas do dia anterior: Doce de Coco e Tempo de Criança.
A coordenadora do evento em Sergipe, Dayse Rocha, declarou que o filme Diário de Uma Busca será exibido em outra sessão até o dia 10 de novembro. “Na terça-feira, no intervalo das sessões de 11h e 14h exibiremos o filme Diário de Uma Busca”, afirmou. Ela ainda falou da importância da exibição dos filmes para tratar de temas polêmicos e colaborar para que os direitos de todos os seres humanos sejam cumpridos. “O objetivo dessa mostra é a acessibilidade e o rompimento de tabus e bloqueios em qualquer grupo vulnerável. E a sétima arte está aí, cumprindo seu papel juntamente com esses grupos”, declarou. 

Patrocínio
O evento contou com a participação da Casa Curta-Se; com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos do Estado de Sergipe, nas exibições em Aracaju; além da contribuição da Fundação Aperipê na divulgação da vinheta do Festival e nas exibições com o Cinemark Jardins e IFES – Auditório Pedro Braz.


Por: Vanessa Monteiro
Fotos: Vanessa Monteiro
Edição: Isabelle Marques

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