Doar sangue é ato de salvar vidas

sábado, 12 de novembro de 2011

A transfusão sanguínea é um procedimento utilizado mundialmente e todos sabem que salva vidas. Mas de nada serve esta ferramenta se não houver doadores. Por isso a importância do Doador Voluntário para abastecer os Hemocentros com diversos tipos de sangue e seus diferentes RHs. Com o propósito de conscientizar e homenagear aqueles que doam uma parte de si para salvar outras vidas, surgiu o dia do Doador Voluntário de Sangue, celebrado dia 25 de novembro.
A assessora de comunicação da Fundação de Saúde Parreiras Horta, Rosângela Cruz de Lima, adiantou que para o Dia do Doador Voluntário de Sangue (25/11) ocorrerá uma confraternização entre os funcionários do Hemose e os doadores presentes no dia. Conta ainda, com possível parceria para campanha de doação entre o Hemocentro e as faculdades Unit, Pio Décimo e Fanese, além da vinda de integrantes do Movimento Sem Terra (MST) para a coleta de sangue.
A quantidade de sangue retirada não afeta a saúde do doador porque a recuperação é imediata após a doação. Uma pessoa adulta tem em média cinco litros de sangue e, em uma doação, são coletados no máximo 450 ml. Segundo informações do Portal da Saúde da Secretaria de Estado da Saúde em Sergipe, ao decidir doar sangue, o doador passa por uma entrevista para dar maior segurança a quem doa e a quem o receberá. Neste momento, o doador também recebe informações e pode tirar todas as suas dúvidas. É importante lembrar que a participação de pessoas com sangue fator RH negativo é fundamental, já que ele está presente em apenas 15% da população mundial. As festas juninas e os períodos de férias escolares costumam ser os mais críticos no estoque de sangue.
Todo sangue doado é separado em diferentes componentes como hemácias, plaquetas e plasma, o que permite que mais de um paciente seja beneficiado a partir da mesma coleta. Os componentes são distribuídos aos hospitais sergipanos para atender a casos de emergência e a pacientes internados. O Centro de Hemoterapia de Sergipe – Hemose - funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30, sem intervalo para almoço. O fornecimento de sangue para as unidades de saúde funciona diariamente com plantão 24 horas. Com abrangência para todos os 75 municípios sergipanos, além de cidades de outros Estados nordestinos, principalmente Bahia e Alagoas.
Em Sergipe a média de idade entre os doares fica em torno dos 25 a 50 anos. Sendo que há um cadastro de doadores com tipo sanguíneo raro e doadores fidelizados com mais de uma década de doação para eventual emergência. De acordo com a Fundação de Saúde Parreiras Horta - administradora do Hemose - são coletados em torno de 80 a 100 bolsas de sangue por dia e que distribuídas o número se assemelha: 60 a 80 bolsas/dia.
Rosângela Lima, enfatizou, “nos últimos dias por conta da chuva o banco de sangue está necessitando de todos os tipos sanguíneos, principalmente A negativo e AB negativo”. Ela ainda completou que o tipo de sangue mais doado é o O positivo e o que mais falta no banco são o de tipo com fator RH negativo.
Diego Sandoval, doador voluntário, disse que doou pela primeira vez por conta própria, pois sabe que seu tipo sanguíneo (A negativo) é raro e que os bancos de sangue quase não o têm. Mas que ultimamente não está indo com tanta freqüência ao Hemocentro. Ele ainda ressaltou que as últimas vezes que doou foi para entes queridos que estavam internados em hospitais e que necessitavam de sangue.
O doador voluntário tem direito a um atestado médico que lhe concede um dia de folga no trabalho ou na escola. Doadores regulares são isentos das taxas de inscrições em concursos públicos. Além de ajudar a salvar vidas, quem decide doar sangue tem a oportunidade de passar por uma avaliação médica criteriosa de forma gratuita. Após a doação, o doador recebe um lanche, instruções referentes ao seu bem-estar e posteriormente poderá conhecer os resultados dos exames que são feitos em seu sangue. Estes testes detectarão seu tipo sangüíneo e doenças como AIDS, sífilis, doença de chagas, HTLV I/II, hepatites B e C. Em caso de positividade de algum destes testes, o doador será convocado para coletar uma nova amostra para confirmação, se necessário, encaminhado a um serviço de saúde.
“A Campanha que obteve maior sucesso foi a de parceria com o Projeto Vida por Vidas, de iniciativa da Igreja Adventista do Sétimo Dia. No dia 17 de setembro deste ano, cerca de 300 jovens lotaram o Hemose para um ato de solidariedade. A demanda foi tão superior ao esperado que o horário de atendimento se estendeu por mais duas horas”, esclareceu Rosângela Lima.
Projeto Vida por Vidas
No Dia Internacional do Doador de Sangue Voluntário, comemorado no dia 14 de junho deste ano, o projeto Vida por Vidas dos jovens adventistas da Igreja do Sétimo Dia, foi homenageado. O projeto, que começou no Rio Grande do Sul em 2004, hoje alcança oito países sul-americanos. A solenidade ocorreu na Fundação Hemocentro de Brasília e o pastor Elbert Kuhn, assistente da presidência da sede sul-americana adventista, representou o projeto e recebeu um certificado de reconhecimento ao apoio do projeto para estímulo à doação de sangue no Brasil.

Pr. Kuhn ao lado do Ministro Alexandre Padilha e o certificado

Na ocasião, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, elogiou as entidades homenageadas e ressaltou a importância de clubes de doadores, igrejas, grupos de esportistas, entre outros, que se empenham em doar e motivar outros à doação sistemática. Segundo Padilha, 3,5 milhões de bolsas de sangue são doadas anualmente no Brasil e a expectativa é aumentar esses números.
Tudo surgiu a partir de uma iniciativa voluntária promovida pelos Jovens Adventistas, com a proposta de contribuir com os hemocentros através do incentivo à doação de sangue durante o período da Páscoa. Neste ano houve recordes de doações em todos os Hemocentros do país, sendo que o projeto foi firmado nacionalmente no ano seguinte.
Pastor Odair Almeida fazendo sua doação
No país, cada Estado possui uma sede que são administradas por Regionais, no caso de Sergipe é a Regional Nordeste, que fica localizada em Recife-PE. De acordo com o pastor Odair Almeida, departamental do Ministério Jovem da Igreja Adventista do 7º Dia em Sergipe, a primeira necessidade do projeto é atender a demanda dos Hemocentros, a segunda é conscientizar a população e a terceira é mostrar que a igreja é solidária. Ele complementa que são 86 clubes de desbravadores distribuídos no Estado, com jovens entre 10 a 15 anos, os quais vão duas vezes ao mês ao Hemose para assistirem palestras no auditório da instituição.
Mairon Hothon, doador voluntário. Foto: arquivo pessoal
Marion Hothon, integrante da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Sergipe, afirma “doar é um ato de amor. É um pouco de mim, que não vai fazer falta, para quem está precisando. O projeto Vida por Vidas é interessante porque envolve todas as igrejas adventistas do Brasil, ajudando o próximo sem saber quem é. Além de embutir em cada um a responsabilidade social, porque religião não só acontece na igreja, mas também fora dela. A doação faz uma rememoração a Jesus que deu a vida por nós”.
Em Sergipe são 210 Igrejas Adventistas, que abrangem todos os municípios, estes, atuantes no Projeto Vida por Vidas. Odair esclareceu que durante a última mobilização de doação foram mais de 140 coletas. Ele adiantou ainda que no dia 19 deste mês será realizada a mobilização em homenagem ao Dia do Doador Voluntário de Sangue, que é comemorado dia 25. O evento contará com coletas de sangue no Hemose e atividades recreativas na capital e interior. “Neste ano já foram mais de mil doações. Segundo o Hemose nós somos os maiores parceiros em doações”, finaliza o pastor.
Programa Doador do Futuro
Criado em novembro de 2010, o Programa Doador do Futuro, é direcionado para jovens e adolescentes, e tem como proposta levar informações sócio-educacionais, sobre a importância da doação de sangue, diretamente nas escolas.
O trabalho é desenvolvido pela equipe do Serviço Social do HEMOSE, que percorre as escolas de Ensino Fundamental e Médio, da rede pública e particular do Estado. Na ocasião, são realizadas palestras informativas e educativas, com apresentação de cartazes que contam a história de pessoas salvas, através da doação de sangue. Para cada palestra são reunidos de 30 a 50 alunos.
Por Cláudia Oliveira
Fotos: Arquivo do Projeto Vida por Vidas
Edição: Samara Menezes

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