Ocupação abriga cerca de 300 famílias em um bairro da zona sul na capital sergipana

domingo, 13 de novembro de 2011







No conjunto Augusto Franco, zona sul da capital sergipana, em uma ocupação localizada próximo a Rua Lenio de Moura Morais, cerca de 300 famílias há mais de sete anos, vivem de forma insalubre. O local mesmo com vários barracos em condições precárias, esgotos a céu aberto, exposição à criminalidade, é constituído por muitas pessoas que sonham com dias melhores.


Barracos da ocupação, do conjunto Augusto Franco


A ocupação iniciou-se próximo aos condomínios locais, pouco tempo depois foram retirados, encontrando nas imediações do mangue uma válvula de escape. Houve um crescimento rápido de famílias que buscavam um espaço para morar, que visavam uma oportunidade de vida, mesmo o local não apresentando nenhuma perspectiva de conforto.



Destas famílias 180 são cadastradas pelo ministério público para o recebimento de moradia, há quatro anos, entretanto, segundo os moradores apenas este ano receberam visita da prefeitura. ”Nós estávamos como esquecidos, o secretário Bosco Rolemberg disse que só agora eles descobriram isso aqui”. Declarou à moradora Wedilaine Vieira Bezerra. Ainda segundo ela após esta visita muitas foram as promessas, mas nada foi resolvido.

Wedilaine Vieira Bezerra, residente

As condições de vida imposta a estas pessoas transformaram até mesmo a grandeza de seus sonhos, onde hoje eles almejam até mesmo serem transferidos para os galpões cedidos pela prefeitura em caso de retirada das pessoas das áreas de risco, sabendo que esta é uma medida que tende a ser provisória, onde logo após as famílias recebem um auxílio moradia no valor de 300 reais, este projeto se configura como o grande sonho.

Maria de Abreu, coordenadora de habitação do Município

Tal medida poderia já ter sido tomada, uma vez que segundo a coordenadora de habitação do município, Maria de Abreu, sempre que são detectadas áreas que oferecem risco aos moradores, ou áreas de devastação do meio ambiente, estas pessoas devem ser encaminhadas para um local seguro até que passem a receber o auxílio e sejam encaminhados para suas novas casas. Estes aspectos condizem diretamente com as características da ocupação do conjunto Augusto Franco, onde os barracos não resistem à força da chuva, crianças têm que disputar espaço com cobras e o local situa-se nas imediações do mangue, porém as famílias continuam no local.

Situação precária na entranda da ocupação 

Atualmente a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), vem desenvolvendo o  Programa de Arrendamento Residencial (PAR) Moradia Cidadã, que não consiste somente na construção de casas populares, como visa também urbanizar áreas, pavimentar ruas, recolocar um equipamento social, instalar rede de esgoto ou drenagem. A Coroa do Meio foi a pioneira neste projeto a qual se fez a urbanização, com o reassentamento de famílias, retirando algumas que estavam na área de palafitas e aquelas que estavam devastando o mangue, assim também aconteceu no Bairro Santa Maria com os antigos moradores do morro do avião.

Para que esse projeto seja realizado é necessário que se faça um mapeamento da cidade, para localizar áreas de risco, ainda segundo a coordenadora de habitação da prefeitura foram identificadas 72 áreas como precárias, em que a do conjunto Augusto Franco esta inclusa.

Após a visita da prefeitura uma das moradoras procurou o ministério público, onde, desta vez conseguiram um documento no qual assegura que até 2012 as famílias sejam retiradas do local para o bairro 17 de março, onde a prefeitura mantém alguns projetos de moradia cidadã destinada a pessoas de baixa renda de acordo com o programa de desenvolvimento urbano da prefeitura em parceria com diversas entidades. A comunidade espera que algo seja feito e a prefeitura tome providências o mais rápido possível para que façam valer seus direitos de cidadão e ter ao menos uma moradia digna.


Vista de um dos projetos moradia cidadã, bairro 17 de março




Para  informações adicionais sobre o Programa de Arrendamento Residencial (PAR) Moradia Cidadã:

Por: Emily Lima
Fotos: Emily Lima e Jorge Henrique
Editora: Egicyane Lisboa



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