Feiras de livros ajudam a economizar em até 65% no orçamento escolar

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

As feiras de livros usados são cada vez mais comuns na capital sergipana. Elas acontecem uma vez ao ano são opções de compras escolares para os pais que estão em busca de economia. Segundo informações de feirantes, é possível reduzir em até 65% os gastos com as compras dos livros usados, no lugar de livros novos.

Feira de Livros Tia Gilka
Feira de Livros de Zenilde Bispo













A forma de funcionamento delas é semelhante, mas há as que oferecem preços mais baixos, reservas pela internet e entrega de livros limpos e encapados. A maioria trabalha em sistema de consignação, ou seja, levam livros usados que vão servir de desconto na compra de outros. São várias as feiras espalhadas pelas cidades. E a cada dia cresce mais a procura. Em geral, as feiras de livros usados reúnem livros didáticos usados de todas as séries, além de paradidáticos. Economizar é a palavra de ordem ao adquirir um livro numa feira desse tipo, mas não é só isso, quem compra um livro usado também ajuda a natureza, pois o ato é uma forma de reaproveitar.



Gilka Rollemberg
Na primeira feira, localizada no bairro Luzia, chamada “Feira de Livros Tia Gilka”, a organizadora Gilka Rollemberg conta como teve a ideia de criar a feira que já existe há quatro anos: “Eu tenho três filhos e sempre comprava livro para eles em feiras, como aqui no bairro não tinha, decidi criar. Hoje, além da minha tem mais uma”. Gilka afirma que, através dessas feiras pode-se economizar bastante e ter livros de qualidade. O total de livros do ensino fundamental I (do 2º ao 5º ano) em uma livraria custaria entre 700 e 900 reais, lá na feira de livros dela, sairá entre 300 e 400 reais, no máximo. De forma mais concreta, Gilka nos mostrou um livro do ensino fundamental I, outro do fundamental II e, por fim, um do ensino médio. Vejamos abaixo:






Para ter livros com boa qualidade, Gilka diz que só usa livros que possuam a nova ortografia, observa a qualidade da capa, e também se por dentro o livro não está riscado de caneta ou rasurado, pois muitos pais não aceitam livros que tenham correções feitas à caneta. Outra categoria de livros bastante procurada por lá são os paradidáticos que, segundo ela, custam em média 30 reais nas livrarias, e em sua feira o mais barato é 10 reais e o mais caro 15 reais. Os livros mais difíceis de aparecer por lá são do ensino médio, explica Gilka: “Eles são mais complicados, pois só chegam aqui na feira depois que sai o resultado do vestibular da UFS”.

A segunda feira, que está no bairro Ponto Novo – conjunto Castelo Branco, é designada apenas por “Feira de Livros”. A proprietária Zenilde Bispo, conta que a feira já tem oito anos e, da mesma forma que Gilka, começou comprando em outras feiras, já que também tem três filhos e os gastos seriam muito grandes se fossem comprar livros novos.  Ela também nos mostrou o quanto se pode economizar em uma feira, vejamos:





PingPong

A feira de Gilka funciona das 8 às 18hrs, já a feira de Zenilde, das 8 às 21hrs, e todas as duas de segunda a sábado. Porém elas contam que mesmo em domingos e feriados aparecem pessoas para comprar e elas atendem. Um ponto em comum é a taxa que elas pagam à pessoa que deixou seu livro para ser comprado na feira: 70% do valor pelo qual foi vendido. Os filhos das duas de forma alguma tiveram problemas em aceitar os livros usados, porque elas sempre explicaram o quanto seria economizado e ainda que não era nada demais usar um livro usado, já que estava bem conservado. E mais dois pontos em comum: Elas sempre divulgam as feiras que conhecem quando um consumidor não encontra o livro na feira delas e, também dizem que a cada ano as editoras ficam “arranjando desculpas” para fazer novos livros e cobrar mais por eles, como mudar só a capa ou fazer revisão de ortografia, que por sinal tinha sido feita na edição anterior e continua cheio de erros o livro.

Com a palavra os consumidores
Estudante Isabel Cristina

Maria dos Anjos tem dois filhos (um do 6º e outro do 8º ano) e diz que frequenta as feiras de livros há cinco anos, pois antes de descobri-las tinha muitos gastos. Ela ainda fala que os filhos não gostam de livros usados, mas ela diz que “se quiser estudar, será com esses mesmo”. Maria complementou que acabou de gastar 300 reais na feira de Zenilde, e quando fez o orçamento em uma livraria deu um pouco mais de 600 reais.  Já a estudante do 1º ano do ensino médio, Isabel Cristina, conta que este já é seu segundo ano comprando em feiras de livros. Ela além de comprar, deixa os livros dela para serem vendidos, pois ela sai ganhando, a vendedora também e o consumidor mais ainda que economizará bastante.

As feiras de livros vão acabar?
Zenilde Bispo


Na opinião das vendedoras, a resposta é “sim”. Porque, segundo Gilka, “várias escolas de Aracaju já estão criando livros próprios ou usando novas tecnologias como os tablets, se todas começarem a seguir esse caminho, a feira acaba, infelizmente”. Já Zenilde, apesar de concordar com Gilka, complementa: “Muitos pais não gostam desses métodos utilizados e acabam buscando livros nas feiras que possam complementar os estudos dos filhos. Eles dizem a mim que esses métodos são bem resumidos e tem um raciocínio muito fechado, a criança ou o adolescente não tem muito para onde correr”.









Por Osmar Rios
Fotos: Osmar Rios
Edição: Vanessa Monteiro

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