Luta contra a Aids se intensifica no mês de dezembro

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O mês de dezembro inicia com um tema muito importante: A luta contra a AIDS. Para tanto, pessoas de todas as partes do planeta se unem todos os anos para notabilizar e celebrar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids em 1º de dezembro. Neste dia são proporcionadas reflexões acerca do tema, focando sempre nos métodos de prevenção e também, promovendo debates sobre o preconceito que os portadores do vírus HIV ainda sofrem em grande escala.
Tema da caminhada
Em Sergipe, a prefeitura de Aracaju, através do Programa Municipal de DST/AIDS e Hepatites Virais, vem há nove anos realizando a caminhada da prevenção. Em 2011, a campanha teve como tema “Respeite as diferenças, use camisinha e lute contra a Aids”, com foco na juventude homossexual. A partir deste tema foram discutidos todos os pontos ligados a vulnerabilidade que eles têm ao vírus, o estigma e o preconceito.  A campanha tenta mostrar que todos são suscetíveis, pois muitos pensam que é algo que só acontece com outras pessoas.   
Caminhada pela Avenida Barão de Maruim

A caminhada saiu da praça da Bandeira às 17h, seguiu pela avenida Barão de Maruim e finalizou seu percurso no Mercado Municipal. Segundo a organização, a caminhada contou com cerca de 3.500 pessoas, entre comunidade, estudantes, professores, representantes de movimentos sociais e profissionais da área de saúde da cidade, como o coordenador do Programa Municipal de DST, Aids e Hepatites Virais, Andrey Lemos. Segundo ele, a epidemia vem crescendo nos jovens gays e, pesquisas demonstram que um dos aspectos que torna esta parte da população vulnerável à infecção do HIV é, justamente, o preconceito e a intolerância.“A política municipal de prevenção à Aids em nosso município vem sendo efetivada através da equipe do  nosso programa e parceiros com ações educativas como palestras, oficinas, rodas de conversa, seminários e eventos promovidos por organizações  não governamentais que trabalham com mulheres profissionais do sexo, lésbicas, mulheres em situação de pobreza, gays, travestis, usuários de drogas, trabalhadores e as nossas unidades de saúde nos bairros com a disponibilização de insumos de prevenção como camisinhas masculinas e femininas  e materiais informativos”, explica Andrey.
Andrey Lemos

O coordenador Andrey Lemos fala que ao longo dos últimos 12 anos, a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Já entre os gays da mesma faixa etária houve aumento de 10,1%. No ano passado, para cada 16 homossexuais vivendo com Aids, havia 10 heterossexuais, todos com a mesma faixa de idade. Essa relação, em 1998, era de 12 para 10. Na população de 15 a 24 anos, entre 1980 e 2011, foram diagnosticados 66.698 casos de Aids, sendo 38.045 no sexo masculino (57%) e 28.648 no sexo feminino (43%). O total equivale a 11% de todos os casos de Aids notificados no Brasil e, desde o início a epidemia ocorre entre os jovens. “Penso que a sociedade durante algum tempo teve muito medo da Aids, se mobilizou e se preveniu, hoje com o advento dos antiretrovirais isso mudou, muita gente sabe que existem muitas possibilidades de ter qualidade de vida com adesão ao tratamento, mas ainda precisamos mudar os conceitos e preconceitos na nossa sociedade, as famílias, as escolas, as religiões, as mídias precisam cumprir seu papel na responsabilidade social, todos querem falar sobre câncer, sobre dengue, mas Aids está relacionada a sexualidades e isso ainda é tabu, precisamos de mais campanhas”, finalizou.
Dois jovens homossexuais estudantes do Colégio Estadual Barão de Mauá, Walther Barbosa de 14 anos e Evandro Pereira de 20 anos, estavam na caminhada bastante motivados a serem reconhecidos como pessoas “normais”, pois nem a Aids e a homossexualidade são doenças para eles, mas para muitas pessoas é. Para os dois jovens, a caminhada ajuda a dar mais respeito à escolha de cada um e acabar com todo o preconceito. “Sempre tem alguém para criticar, mexer com a gente. Na escola foi assim também no início, hoje já está algo natural para todos”, exemplifica Walter. “Em nossa escola sempre estamos informados de tudo que possa nos ajudar na prevenção do HIV, através de palestras, incentivo dos professores a buscar mais pelo tema e a própria coordenação da escola”, complementou Evandro.
Já a pedagoga do DEA e coordenadora das escolas da rede estadual de ensino, Silvia Alves, fala da importância da caminhada e a compara com atividades que já são feitas em paralelo. “O tema já é bastante debatido e divulgado nas escolas através do Programa de Saúde na Escola (PSE). São ações como essa caminhada que constroem uma mentalidade nova, de conscientização, e o foco maior aqui são os jovens”, explicou.
Silvia Alves (camisa verde)

Segundo dados do Programa Municipal de DST, Aids e Hepatites Virais,  uma forma de tratamento é o Coquetel antiretroviral. Ele é chamado de “Medicamento da Pessoa Vivendo com HIV e Aids”, que a algum tempo atrás era uma combinação de vários remédios, hoje com os avanços da medicina, o paciente pode utilizar apenas um comprimido por dia. Os preços de medicamentos utilizados por pacientes em Aracaju são variáveis, desde 4 à 1.300 reais, cada comprimido.
Para aqueles que ainda não fizeram o teste de HIV ou não sabem como fazer, em Aracaju existe o CTA - Centro de Testagem e Aconselhamento, localizado no “Cemar Siqueira Campos” na Rua Bahia s/n, onde qualquer pessoa pode realizar o teste para detecção de HIV, Aids, sífilis e hepatites sem precisar marcar, agendar ou enfrentar qualquer fila. Para tanto, só precisa do cartão SUS e de chegar de segunda a sexta-feira das 07 às 17h.

Link de consulta para o leitor:


Por Osmar Rios
Fotos: Osmar Rios
Edição: Vanessa Monteiro



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