UFS: Muita gente, pouca obra

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

    
     Universidade Federal de Sergipe passa grande dificuldade na tentativa de garantir uma estrutura ideal para a sua expansão. Em dezembro o brasileiro pôde saber como anda o Programa de Reestruturação das Universidades Públicas, mais conhecido como REUNI. Segundo dados apresentados em matéria do Estadão, apenas 46% das obras previstas foram concluídos desde o lançamento do programa, em 2007.


     Tendo praticamente dobrado o número de vagas para estudantes no ensino superior publico brasileiro, o REUNI já vinha sofrendo diversas críticas ao método de aplicação adotado. Colocado para decisão autônoma de cada instituição de ensino, o programa prometia verbas para a escola que o aprovasse, sem discussões maiores em caso de não aprovação.


Obras em andamento no UFS
     Já previsto pelos críticos, o REUNI provocou uma lotação nas Universidades enquanto a sua estrutura não crescia ao mesmo passo. Os problemas reverberaram em falta de espaço em bibliotecas, restaurantes universitários e principalmente, na estrutura mínima adequada para os novos cursos. Dentre esses, muitos criados apenas para cumprir as metas esperadas pelo governo.


     Estima-se que, até o fim do ano que vem, cerca de cinco bilhões de reais serão utilizados na construção de novos prédios e laboratórios. Muitos desses sofrem com os atrasos que impedem sua conclusão. Diversas vezes os problemas apontados são questões burocráticas como o período de licitação, avaliação do andamento das obras e, principalmente, o abandono de determinadas empresas que venceram os concursos.


     Em entrevista ao Contexto Repórter, o engenheiro Fernando Albuquerque, responsável pelas principais obras de reforma da UFS, avaliou que os problemas são pontuais e as mudanças estão acontecendo – “O motivo (do atraso) é o clima, questão bastante atípica na nossa região. No período chuvoso era praticamente impossível dar continuidade às obras, porém as mesmas já estão sendo realizadas”, afirmou.


Canteiro de obras
     Fernando, que também é professor doutor do Departamento de Engenharia Civil, pontua que para além das reformas na rede viária, calçadas e espaço de vivência, a UFS tem investido pesado em novas obras. “Serão feitos investimentos em vários outros setores, inclusive na ampliação de prédios, como é o caso do Resun, na construção da Didática VII, que irá comportar cerca de três mil alunos, no novo prédio do Cesad (Centro de Educação a Distância), o prédio do Nupeg (Núcleo de Petróleo e Gás)”, enfatizou o engenheiro.


     
      Assim como os imprevistos com as chuvas, enquanto fator de atraso nas obras, o professor doutor também afirma que há grandes problemas com as empresas que abandonam os trabalhos. As afirmações do professor também são embasadas continuadamente pelo reitor Josué Modesto Passos Subrinho, que numa Audiência Pública com a presença de 800 estudantes colocou que esse entrave tem prejudicado a UFS e toda comunidade.


     Enquanto as obras não são concluídas, resta ao estudantes da UFS aguardar melhores dias de estrutura e administração dos bens públicos. Geilson Gomes, estudante de Comunicação que participou da Ocupação em maio de 2011, diz que as obras prometidas na negociação com a reitoria ainda não foram nem ao menos iniciadas. “Estão deixando de cumprir todos os prazos de abertura de licitação, de início de obras, de lançamentos de projetos, etc. Infelizmente a reitoria da UFS continua colocando argumentos burocráticos para engabelar os estudantes”, afirmou o estudante. 




Por: Irlan Simões
Fotos: Blog de fotografia dos alunos da Universidade Federal de Sergipe
Edição: Lenaldo Severiano

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