Idosos buscam no conhecimento uma alternativa de superação

terça-feira, 19 de março de 2013

A descoberta do envelhecimento como obstáculo tem levado a terceira idade a encontrar motivação no campo do aprendizado.

A capacidade de entender as pessoas. Esta foi a motivação de Maria de Lourdes Nunes Vasconcelos, 64 anos, ao tentar cursar Psicologia na Universidade Federal de Sergipe. A realização do seu sonho ficou para o ano que vem, mas a excedência no vestibular não impediu seu ingresso na UFS. Ela está no Universidade Aberta à Terceira Idade, um programa criado em 2002 pelo Núcleo de Pesquisas e Ações da Terceira Idade (NUPATI).
Voltado para aqueles que tem a partir de 60 anos, O propósito do programa é inserir os idosos no processo de aprendizagem por meio de oferta de disciplinas, possibilitando que eles conquistem o seu espaço no universo do aprendizado. Segundo a coordenadora, Professora Noêmia Lima Silva, a inclusão social das pessoas da terceira idade por meio da educação continuada é o objetivo principal do Núcleo.
 (Foto da Coordenadora do Núcleo - Professora Noêmia Lima Silva).

O envelhecimento ainda é considerado uma barreira para a sociedade, Estado, família e para o próprio idoso, avalia a coordenadora. “A sociedade ainda tem dificuldade de aceitar essa fase da vida e o próprio idoso não se sente bem ao ser chamado de velho, prefere terceira idade” explica Noêmia, para quem as pessoas ainda não sabem lidar com esta realidade.
Um conceito bastante ressaltado por ela é o “Velho novo”, a pessoa acima de 60 anos que está aprendendo a viver com esta adversidade através da busca pelo conhecimento, do diálogo, sendo mais ousado e trazendo suas experiências para a juventude. Resiliência na terceira idade é outro conceito citado por Noêmia para explicar os desafios do envelhecimento. Consiste na capacidade de enfrentar situações novas e modificar outras para melhor conviver.
Também completa que há uma proposta na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) para a realização de um vestibular especial, mas o relator não aceitou, porém ele não foi arquivado, está em discussão.

Maria de Lourdes disse que as dificuldades enfrentadas para conseguir estudar foi desde a procura por setores da UFS, logo que começou a frequentar o campus até o receio dos filhos que segundo ela tinham medo de sua adaptação a esse novo universo.   Lourdes é bastante ativa, faz curso de braile na UFS, de inglês no Cultart e participa do coral da Universidade para os alunos da terceira idade. Também afirma que a forma pedagógica é a mesma e que não teve dificuldade com alunos e professores. Um belo exemplo de quem encara a terceira idade como uma fase repleta de sonhos e oportunidades. 

 (Aluna do programa Universidade Aberta a Terceira Idade - Maria de Lourdes Nunes Vasconcelos)

Texto e Imagem: Alana Karolina Gois
Edição: Silas Brito




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