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| Estrelinhas se preparam para ir ao mar (Reprodução: Facebook) |
Sábado, 9h da manhã. Um grupo de 60 crianças, sob a supervisão de quarenta monitores, preparam as pranchas para pegar ondas na praia de Aruana. É mais um dia na rotina do projeto Estrelas do Mar. Em Aracaju, o projeto utiliza o bodyboarding para promover a inclusão social dos deficientes intelectuais, visuais e portadores da Síndrome de Down.
O objetivo do projeto é desenvolver atividades que visam à interação entre crianças e adolescentes com ou sem deficiência. Um trabalho voluntário cuja principal meta é a inclusão social. No início, Byron encontrou vários obstáculos. “A falta de equipamentos e o transporte para a locomoção dos jovens da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), era o principal obstáculo. Hoje, o cenário é diferente, o Estrelas do Mar conta com cerca de 60 crianças e adolescentes, dos quais, mais da metade possui algum tipo de deficiência”, enfatiza.
Mas, além do foco nas pessoas com necessidades especiais, o projeto realizado por Byron também abriga alunos não-especiais, no grupo já são mais de 30 alunos não-especiais.
Bodyboard e inclusão
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| Prancha do bodyboard (Reprodução: Internet) |
Bodyboarding é um esporte praticado no mar, que consiste em descer as ondas de joelhos ou deitado numa prancha. As pranchas de bodyboarding, chamadas de bodyboard, têm medidas, em médias, de 90 centímetros a 1 metro (podendo haver maior ou menor). Além da prancha é comum o uso dos pés-de-pato (nadadeiras) que ajudam o praticante a “entrar” na onda.
Segundo o professor Osmar Moraes, o bodyboard é um esporte muito prazeroso e consegue trabalhar todos os grupamentos musculares, além de desenvolver o equilíbrio e a coordenação motora. Mas o maior benefício do bodyboard no projeto Estrelas do Mar é sem dúvida, a inserção desses jovens na sociedade. Pois, por meio deste projeto, eles estão demostrando que todos têm capacidade para vencer as barreiras da vida.
Segundo a presidente da Associação Sergipana dos Cidadãos com Síndrome de Down (Cidown), Sheila Souza, “nesse espaço as crianças podem interagir, brincar, socializar, de uma forma que todos são beneficiados. Não existe exclusão, existe inclusão de nossas crianças”, ressalta. Ela é mãe de duas crianças que estão no projeto e um deles, Heitor, de 4 anos, possui Síndrome de Down. Sheila assegura que, mesmo ele sendo tão jovens, os benefícios são bem claros.
Futuro e motivação
Byron afirma que pretende estender o projeto para outras cidades, mas para isso, precisará de mais voluntários e de patrocínio. “O projeto necessita atrair mais parceiros para que possamos aumentar e assim atender mais pessoas. Assim, o projeto avançar cada vez mais e alcançar novos horizontes”, concluiu.
O projeto funciona todos os sábado das 9h às 11h, no bar Abrolhos, que fica localizado na rodovia José Sarney, supervisionados por uma equipe especializada, com educador físico. Aquele recebe apoio financeiro e doação de equipamentos para a realização das aulas.
Interessados devem procurar a página do projeto Estrelas do Mar no Facebook.
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| O idealizador Byron (Foto: Salir) |
O projeto, idealizado pelo policial militar, Byron Silva, surgiu em homenagem ao seu primo José Ailton Sebastião Santos Silva, o Kostela. Ele tinha o sonho de criar uma escola de bodyboard que atendesse jovens carentes da periferia da capital sergipana e estava em busca de meios para colocá-lo em prática. Mas, antes mesmo de realizar este objetivo, em março de 2010, ao tentar evitar que um jovem fosse assaltado, Kostela foi assassinado.
Byron, comovido pela tragédia, decidiu colocar em prática o sonho do seu primo. Surgiu então, com a ajuda da Waves Escola de Bodyboarding, o Projeto Estrelas do Mar. Com pouco mais de um ano de existência, o projeto que começou com 8 crianças, atualmente reúne cerca de 60 pessoas, entre crianças e adolescentes. Além disso, conta com mais de 30 voluntários, os super amigos, como são conhecidos.
Editor: Keizer Santos
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