Falta de estrutura prejudica turismo em São Cristóvão

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Apesar do potencial turístico, cidade não tem restaurantes nem pousadas.

O turista que visita São Cristóvão se encanta com sua história, mas se decepciona com a falta de infraestrutura. Na cidade, faltam restaurantes e pousadas, a única que existe pertence à Igreja da Imaculada Conceição, no centro histórico.

Adriana Silva, assessora da secretária de Cultura e Turismo da cidade, reconhece o problema. “Quando o turista chega, quer ter pousada, hotel, bons restaurantes e, infelizmente, a nossa cidade está defasada com relação a isso”, admite.

Mas, segundo ela, já existem iniciativas para resolver a questão. “Estamos buscando parcerias com as agências de turismo para colocarem São Cristóvão no programa de visitas”. Adriana informa ainda que está prevista a construção de pousadas e restaurantes que possam oferecer uma estrutura melhor para os turistas que visitam a cidade.

Apesar disso, São Cristóvão deve receber em 2013 recursos do Governo Federal, através do PAC Cidades Históricas, para a restauração do patrimônio histórico. Segundo a Secretaria de Cultura e Turismo do município, o catamarã e o Parque Governador João Alves Filho, mais conhecido como Bica dos Pintos, são alguns dos monumentos que devem ser reformados.

Principal ponto turístico
Para Kléber Monteiro, novos postes interferem no conjunto arquitetônico original. (Foto: Gustavo Monteiro)
Recentemente, outros monumentos históricos de São Cristóvão foram restaurados, entre eles, a Praça de São Francisco, principal ponto turístico da cidade que conquistou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade em 2010. Mas as obras, supervisionadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN não agradaram a todos.

Para o professor de história, Kléber Ribeiro, a requalificação da praça prejudicou seu conjunto arquitetônico. “A restauração ficou aquém do que deveria. Colocaram a modernidade em desencontro formal com o conjunto inestimável da praça”, afirma, ao se referir aos novos postes de fiação subterrânea.

A chefe da Divisão Técnica do IPHAN, Marta Chagas, explica que algumas mudanças precisaram ser feitas, mas não considera que o processo de requalificação tenha prejudicado o conjunto arquitetônico original. “A requalificação foi no sentido de

valorizar o conjunto arquitetônico e não ter interferência”, diz.

A superintendente do IPHAN, Terezinha oliva, também discorda da opinião do professor. Ela avalia que a restauração, além de beneficiar o patrimônio histórico, tem sido importante para a recuperação econômica das cidades envolvidas. “São Cristóvão e Laranjeiras passaram por um longo processo de decadência que afetou profundamente os bens tombados. O que salvou essas cidades foi, sem dúvida, o fato de elas terem sido tombadas porque, por isso, receberam grandes investimentos e tiveram logradouros inteiros recuperados”, afirma.

Reportagem: Leonardo Vasconcelos
Edição: Gustavo Monteiro




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