Portadores de necessidades especiais da Ufs enfrentam dificuldades

sexta-feira, 12 de abril de 2013

 Nos últimos anos o governo federal tem elaborado diversos programas de inclusão estudantil, um deles refere-se à política nacional que facilita a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais nas universidades do país. O objetivo é envolver a educação continuada, a diversidade e inclusão, eliminando o preconceito alimentado durante décadas, de que um deficiente físico não podia desenvolver habilidade profissional.
    A nova política de educação inclusiva assegura aos Portadores de Necessidades Especiais – PNEs, o que procura garantir a constituição federal de 1988 em seu artigo 208, parágrafo v, “ampliar as alternativas de inserção econômica da pessoa portadora de deficiência, proporcionando a ela qualificação profissional e incorporação no mercado de trabalho”.
Apesar da iniciativa do governo de promover ação de cidadania para reduzir as desigualdades sociais, os alunos que possuem deficiência física enfrentam dificuldades no meio universitário, relacionadas tanto à estrutura física que compromete sua mobilidade, ao atendimento psicossocial, destinado a promover a inclusão sócia, quanto à própria atividade finalística da universidade, que é o aprendizado.
     
Aprendizado difícil

    A estudante de jornalismo Tatiana Santos, que tem  ataxia cerebral,  relatou que há muitas dificuldades em aprender, pois os professores ainda não estão habituados a ensinar Aos portadores. Tatiana diz que não conseguir acompanhar as aulas que são ministradas pelos professores, pois são apresentadas em ritmo rápido ritmo,não compreende,muitas vezes,o que é dito.
    Tatiana relatou como foi e é complicada sua trajetória na universidade, desde 2010, quando começou a se preparar para ingressar no curso superior. O sonho até foi concretizado, porém ela não se adaptava aos métodos aplicados no âmbito da instituição. Tatiana se sentia invisível, precisava do auxilio dos programas que a universidade desenvolve para os PNEs, mas tinha que esperar para que sua necessidade fosse vista como importante. Na avaliação dela, há ainda o despreparo dos professores em lidar com esse tipo de situação.

    Desafios de assistência

        O professor Rivaldo Sávio, da Coordenação de Assistência e Integração do Estudante (CODAE), explica que existem programas que assistem aos PNEs, mas ainda não atendem a todos esses alunos. Um dos serviços disponíveis é o prestado Núcleo de Assistência Psicossocial (NOAPS). Segundo sua coordenadora, Priscila Alves, os PNEs podem ter atendimento psicossocial em casos de relações de conflitos, como o direito .ao atendimento psicossocial, que é composto por psicólogos, assistentes sociais e psicopedagogos.
      Os PNE’s podem também ser atendidos na instituição através do projeto Incluir, cujo intuito é a total integração educacional dos acadêmicos para que lhes seja propiciado melhor rendimento em seus estudos.  O programa tem por missão capacitar professores, como também cumprir as melhorias previstas em lei. No momento, o que tem sido disponibilizado ao PNE, pelo programa, é seu acompanhamento por alunos bolsistas, treinados para instruí-los nas habilidades básicas. Mas até para um PNE ter auxilio de um acompanhante é necessário passar por um processo de seleção.
Entretanto esses benefícios se aplicam somente aos alunos que procuram os serviços prestados. O professor Rivaldo declarou que cartilhas com demonstrações dos programas estão sendo elaboradas e que no final de março inicio de abril no máximo,elas serão distribuídas aos alunos.

    Infraestrutura



       Com as obras de construção e reforma existentes na Universidade Federal De Sergipe - UFS a acessibilidade dos PNEs torna-se difícil em alguns trechos, a exemplo, são as reformas de passarelas e asfalto, que deixam no percurso dos estudantes cascalhos e buracos em alguns trechos.
      O curioso é que algumas dessas obras são justamente para proporcionar a acessibilidade, como as passarelas e as passagens de nível nas ruas. Durante as obras, não tem havido nenhum cuidado em garantir rotas alternativas e acessíveis para quem tem dificuldade de locomoção.
            Outras dificuldades de infraestrutura ainda existem, como é o caso dos banheiros unisex para os cadeirantes, a falta de placas informativas em Braille e em Libras, que facilitariam a compreensão de alunos com necessidades auditivas e visuais, provocadas pela falta de máquinas próprias para esse tipo de comunicação.

Matéria : Leticia Kirchner

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