“No Freguesia, a
Funcaju leva cultura às feiras livres da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA),
organizadas em parceria com a Fundação Municipal do Trabalho (Fundat). A
iniciativa prioriza a geração de renda aos pequenos empreendedores e artesãos
que comercializam nesses espaços. O turismo também é foco do projeto, criando
mais esse destino para as compras, alimentação com comidas típicas e
entretenimento aos visitantes.” (Fonte: Ascom Funcaju – 2002)
Na teoria parece ser
algo que realmente funciona que ajuda a comunidade sergipana e que tem
incentivo dos órgãos públicos. Na verdade, o que se nota é uma realidade bem
diferente e que preocupa feirantes e moradores. O Projeto Freguesia é composto
por duas feiras tradicionais, que todos os moradores de Aracaju conhecem, mas
quase ninguém tem conhecimento de que elas fazem parte de um plano muito maior.
Uma delas é na Praça da Catedral, que ocorre de segunda a sábado e a outra na
Praça Tobias Barreto, que acontece aos domingos durante a noite, mas que está
desativada para reforma no momento.
O objetivo inicial do Freguesia, criado há mais de trinta
anos, era o de promover a cultura sergipana, incentivar os artesões locais e
atrair turistas. O Projeto que era da
Fundação do Trabalho- Fundat, com a atual gestão, passou a ser administrado
pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos - Emsurb.
Como diz Dona Giselda Lóes, feirante na Praça da Catedral há
quase trinta anos, “no começo do Projeto era tudo muito bom, tínhamos
segurança, vendíamos bem, vinham muitas pessoas e os coordenadores estavam
sempre conversando com a gente para saber se estava tudo certo.” Hoje o que se
observa são feirantes frustrados, que vendem pouco, que não têm apoio.
Diferente da proposta do projeto, não há visitação turística
nos locais, as praças estão com calçadas muito danificadas, além de não existir
segurança adequada. “A iluminação é precária e não tem espaço para os ônibus
dos turistas estacionarem, não temos divulgação alguma também”, lamenta Dona
Giselda.
Isso é motivo de decepção para feirantes, que precisam de
suporte para conseguir trabalhar, já que fazem parte de um projeto que, na
teoria, é eficaz. Falta divulgação, incentivo e que se melhore a estrutura
física dos locais o mais urgente possível. “Não temos divulgação e nem
incentivo. O que me deixa muito triste”, desabafa Dona Giselda.
Divulgação / Segurança
Muitos moradores sequer sabem o que é o projeto Freguesia e
alguns nem frequentam as ferinhas que fazem parte dele. "Não frequento
muito a praça, não acho tão interessante e não é seguro ir lá quando
escurece", diz Marcos Souza, morador do Centro.
Segundo o dono da empresa de Turismo ‘Paixão Tour’, Kiko Paixão, existe um interesse por parte da sua empresa e de várias outras, em fazer um roteiro turístico pelas praças da capital, pelas feirinhas e ampliar as opções de visitações. “O problema é que esses locais não oferecem a segurança necessária, não possuem estacionamento adequado para ônibus e vans de turismo e não recebem manutenção o que os torna pouco atrativos”. A feirante Gizelda também confirma essa situação, “aqui na Praça da Catedral não tem espaço para ônibus. No máximo conseguem entrar uma ou duas vans, mas é muito complicado”.
A falta de segurança nos pontos onde ocorrem as feiras é
outro ponto de reclamação constante dos vendedores: “Temos que fechar tudo e ir
embora às 18 horas, tenho medo do que pode acontecer se eu ficar até mais
tarde,” diz Ivanete Araújo, que vende na Praça da Catedral há dezoito anos.
No dia 11 de março deste ano, o Prefeito João Alves, em
evento para assinatura do documento que autoriza a reforma das praças da
capital, falou sobre a questão da segurança. "Guardas Municipais serão
treinados especialmente para fazer a segurança desses locais."
Obras
Perguntada sobre as obras que ocorrerão nas praças, a Dona
Giselda se diz otimista e apreensiva ao mesmo tempo, “estou otimista com a
futura reforma, mas se continuar sem divulgação e sem apoio para a gente, não
vai adiantar nada. Os coordenadores precisam voltar a fazer reuniões e dar mais
atenção a todos nós”.
A Praça Tobias Barreto, que também faz parte do Projeto
Freguesia, já foi fechada para reforma, a expectativa é que com a Praça da
Catedral aconteça o mesmo em breve. Segundo o Prefeito da Capital, as obras
serão realizadas o mais depressa possível, como já ocorre na Praça Camerino.
Entramos em contato com a Fundat e esta nos informou que o
projeto estava nas mãos da Emsurb nessa nova gestão. Ao tentar contato com a
assessoria da empresa, não obtivemos resposta. Tentamos falar com a Secretaria
de Turismo e a pessoa que nos atendeu disse que ninguém poderia falar sobre o
assunto. Estamos abertos a qualquer esclarecimento posterior.
Texto e imagens: Camila Ramos
Edição: Gabriela de la Vega
Nenhum comentário:
Postar um comentário