Do sonho à realidade.
Por Caio Rodrigues
Seja
para sair do aluguel, da casa dos pais, ou mesmo das ruas, ter a
própria casa é o sonho de muita gente. Porém, as famílias
carentes são as que mais sofrem, pois as condições de adquirir a
própria moradia são ainda mais difíceis. Visando solucionar esse
problema, o governo Federal, em parceria com os governos estadual e
municipal, vem realizando programas que dão oportunidade de se ter o
próprio lar.
São
programas que
vem viabilizando a obtenção da
casa própria
por famílias de baixa renda. Mas, normalmente,
quando
os
investimentos acabam com a entrega das casas, surgem novos
problemas. A pobreza, violência e o precário acesso aos serviços
públicos.
As
cidades das regiões metropolitanas são hoje as que mais possuem
conjuntos habitacionais. Alguns cresceram em razão da proximidade
com a capital. Em Sergipe vale citar alguns conjuntos que obtiveram
grande desenvolvimento. Em Nossa Senhora do Socorro: Complexo da
Taiçoca; em São Cristóvão: Grande Rosa Elze. A população dessas
cidades cresceu a passos largos.
Segundo
dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a
população da Região Metropolitana de
Aracaju saltou de 338.882, em 1980, para aproximadamente 836.000 habitantes em 2010. O que representa um crescimento superior a 100% em 30 anos.
Laranjeiras
uma
das mais tradicionais cidades da Região Metropolitana, com potencial turístico, vem seguindo pelo mesmo caminho. No município,
a 20km da capital,
estão
sendo construídas cerca de 210 casas através
do “Programa Casa Nova. Vida Nova”, uma
parceria entre
o
governo do estado e a Caixa Econômica Federal. Ao
todo serão
investidos
R$ 1,7milhões na construção do conjunto José
Monteiro Sobral.
Dona Josefa da Conceição espera pela entrega das casas. (Foto: Caio Rodrigues) |
O
“Casa
Nova. Vida Nova” é
um programa do governo de Sergipe que tem como objetivo diminuir os
problemas relacionados à habitação. Segundo
dados do governo, mais de R$ 62 milhões serão empregados nas obras
de construção de 22 mil casas populares em todo o estado. Em
Laranjeiras, milhares
de inscritos aguardam ansiosamente pela casa própria. Dona Josefa da
Conceição é
um
exemplo. Ela
vive
na periferia de cidade
e se inscreveu
no programa “Casa Nova. Vida Nova” há
pelo menos três anos. Enquanto isso a aposentada de 62 anos mora de
aluguel com sua família há seis meses num conjunto vizinho.
Ansiosa, ela afirma que já pensou inúmeras vezes em invadir uma das
casas.
Obras atrasadas
Vale ressaltar que desde a assinatura para a construção do conjunto habitacional José Monteiro Sobral, em julho de 2010, a previsão para a conclusão da obra era de até seis meses, todavia, continua inacabada.
Ricardo Galvão, da Secretaria de Obras e Infraestrutura de Laranjeiras, explica que o motivo do atraso das obras foram as fortes chuvas e alguns empecilhos no terreno, como rochas no solo, e o trabalho para planificar a área dificultaram o andamento das obras. Ele afirma que serviços de infraestrutura do bairro são incluídos nos programas de habitação, porém, muitas vezes as casas ganham prioridade e são entregues primeiro, mesmo sem o mínimo de estrutura. Contudo, as famílias aguardam esperançosas pela entrega das casas.
Galvão explica ainda que como são áreas de expansão, estão localizadas nos arredores das cidades, nas periferias. O problema é que são regiões muitas vezes esquecidas, segundo ele. Somando os problemas de infraestrutura ao precário acesso aos serviços públicos. A pobreza junto à falta de segurança gerando a violência que se propaga de forma alarmante. Alguns conjuntos periféricos, como dito no início da matéria, apresentaram grande desenvolvimento ao longo dos anos. Porém, a violência ainda é muito marcante nesses bairros.
A
realidade
Conjunto Salinas há anos sem nenhuma estrutura (Foto: Caio Rodrigues) |
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